Justiça

As crianças que foram mortas por quem devia protegê-las

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 56 minutos atrás em 24-12-2025

Entre 2010 e 2025, a Polícia Judiciária contabilizou o assassinato de 66 crianças em Portugal. De acordo com os dados oficiais, em 64% dos casos a autora do crime foi a mãe, em 12% o pai e em 9% ambos os progenitores. Os restantes casos envolveram outros familiares ou pessoas próximas das vítimas.

PUBLICIDADE

publicidade

Os números, noticiados pelo JN, revelam uma realidade marcada por violência extrema no seio familiar, muitas vezes associada a contextos de perturbação psicológica, conflitos conjugais ou situações de negligência prolongada.

PUBLICIDADE

publicidade

Ao longo dos últimos anos, vários crimes chocaram o país.

Em 2025, uma mulher brasileira de 40 anos foi detida, em agosto, na zona de Pombal, por suspeita de ter assassinado cinco filhos no Brasil, entre 2008 e 2023. As vítimas tinham idades compreendidas entre os 10 meses e os três anos. Segundo a investigação, a mulher terá recorrido a envenenamento. Ao saber que estava a ser procurada pelas autoridades brasileiras, fugiu para Portugal com o companheiro, pai de três das crianças, e com outro filho.

Em 2022, uma jovem de 24 anos matou o próprio bebé, de 18 meses, durante um episódio maníaco, em Santiago do Cacém. A mulher foi considerada inimputável, tendo o caso sido enquadrado no âmbito de doença mental grave.

DR

Ainda nesse ano, em Porto Covo, uma mulher de 29 anos incendiou o automóvel onde se encontrava com as duas filhas menores, depois de o regar com gasolina. A filha mais velha conseguiu escapar, mas a mais nova morreu carbonizada, tal como a mãe.

Em 2020, o país ficou marcado pelo caso de Valentina, uma menina de nove anos, espancada e torturada com água a ferver pelo pai, em Peniche, enquanto a madrasta assistia. A criança foi deixada a agonizar e acabou por morrer. O pai simulou o desaparecimento da filha, mas acabou condenado a 25 anos de prisão, enquanto a madrasta recebeu uma pena de nove anos.

Já em 2015, em Oeiras, um homem de 34 anos matou o filho de apenas seis meses com uma facada. De acordo com a investigação, o crime terá sido cometido como forma de vingança contra a mãe da criança, após esta ter anunciado o fim da relação.

A Polícia Judiciária sublinha que muitos destes crimes poderiam ter sido evitados com uma intervenção mais precoce das autoridades e dos serviços de apoio social, reforçando a importância da sinalização de situações de risco envolvendo menores.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE