A greve dos trabalhadores da distribuição terá uma adesão entre 10% e 20%, segundo uma estimativa hoje divulgada pelo Sitese – Sindicato dos Trabalhadores do Setor dos Serviços.
“Falando com quem trabalha na grande distribuição, com alguns delegados, há alguma ou outra pessoa por loja que faz greve, por isso a adesão à greve não é grande. Se calhar 10%, 20%”, disse à Lusa, por telefone, o presidente do Sitese, José Filomeno.
O líder da estrutura representativa, afeta à central sindical UGT, apontou que a adesão nestas paralisações “nunca é muito grande” porque os rendimentos do setor são baixos e isso leva a que “as pessoas acabem por fugir um bocadinho à greve”.
Além disso, referiu, o dia de hoje, véspera de Natal, “é pago de uma forma diferente”.
“Há muita gente que gostaria de fazer esta greve e não faz por causa destas situações”, apontou.
A greve, que teve início às 00:00 e se prolonga até às 24:00, foi convocada pelo Sitese para reivindicar aumentos salariais, trabalho digno, valorização profissional e medidas que permitam a conciliação da vida familiar com a profissional.
Segundo o sindicalista, deve haver uma alteração para os trabalhadores do setor e as entidades patronais têm de ser sensibilizadas nesse sentido.
“Estes trabalhadores também têm a sua família”, afirmou, dizendo que devem poder passar o Natal junto delas, dando o exemplo da preparação da festividade.
Por seu lado, a Associação Portuguesa de Empresa de Distribuição (APED) disse à Lusa que não espera quaisquer constrangimentos.
“Respeitando, naturalmente, o direito à greve, as empresas estão a assegurar o normal e regular funcionamento das lojas, garantindo o direito dos consumidores a terem acesso às mais de 4.800 lojas de retalho alimentar e não alimentar dos associados da APED”, refere o diretor-geral da associação, Gonçalo Lobo Xavier, numa resposta escrita.
Na mensagem, o responsável da associação destacou que esta foi a primeira vez em cinco anos que a greve para o dia 24 de dezembro só foi convocada por um dos sindicatos.
“O Cesp, da CGTP, pela primeira vez em muitos anos não convocou greve para esta altura, naturalmente porque estiveram mais focados na greve geral do dia 11 de dezembro”, salvaguardou, registando que a APED continua empenhada na negociação coletiva e que a ronda de negociações com todos os sindicatos será retomada em janeiro.
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