Crianças e adultos de todo o mundo vão poder acompanhar, esta quarta-feira, o trajeto do Pai Natal, através do tradicional sistema de rastreio do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD), uma iniciativa que completa cerca de 70 anos e cuja origem remonta ao período da Guerra Fria.
PUBLICIDADE
O acompanhamento pode ser feito através do site noradsanta.org, disponível em nove línguas, incluindo português, permitindo seguir em tempo real a viagem do Pai Natal na noite de Natal.
PUBLICIDADE
Este ano, o programa apresenta uma novidade: pela primeira vez, os interessados podem ligar diretamente através do site, facilitando o acesso a pessoas fora da América do Norte. Na véspera de Natal, mais de mil voluntários estarão a atender chamadas a partir da central do NORAD em Colorado Springs, no estado do Colorado. Em 2023, a iniciativa recebeu cerca de 380 mil chamadas, segundo a agência Associated Press (AP).
Habitualmente responsável por vigiar os céus da América do Norte em busca de potenciais ameaças reais, o NORAD transforma-se, por uma noite, numa central dedicada à fantasia natalícia. Os voluntários respondem a perguntas como “Quando é que o Pai Natal chega a minha casa?” ou “Estou na lista dos traquinas ou dos simpáticos?”.
A tradição teve início em 1955, quando um erro tipográfico num anúncio de jornal de uma loja de Colorado Springs levou uma criança a ligar acidentalmente para um número ultrassecreto da defesa aérea norte-americana. A chamada foi atendida pelo coronel da Força Aérea Harry W. Shoup, que, para não desiludir o menino, decidiu assumir o papel do Pai Natal.
Segundo recordou Shoup à AP em 1999, a criança começou a recitar a sua lista de presentes e, ao perceber que não estava a falar com o verdadeiro Pai Natal, ouviu do outro lado da linha uma resposta improvisada: “Ho, ho, ho! Sim, sou o Pai Natal. Tens sido um bom menino?”. O telefone voltou a tocar várias vezes ao longo do dia e a tradição ficou lançada.
Na era pré-digital, o NORAD utilizava um enorme mapa da América do Norte para rastrear objetos não identificados. Em tom de brincadeira, um dos membros da equipa desenhou o Pai Natal e o seu trenó sobre o Polo Norte, dando início ao acompanhamento simbólico que perdura até hoje.
A coronel Kelly Frushour, porta-voz do NORAD, explicou de forma bem-humorada que o nariz do Rodolfo “emite” uma assinatura térmica semelhante à de um míssil, permitindo aos satélites detetar o trenó. Histórias curiosas acumulam-se ao longo dos anos, como a de uma criança que ficou alarmada ao saber que o Pai Natal estava a passar pela Estação Espacial Internacional ou a de Henry, um homem com necessidades especiais que liga todos os anos para avisar que já está na cama à espera da visita.
Segundo o historiador canadiano Gerry Bowler, esta iniciativa é uma das raras adições modernas à longa história do Pai Natal que conseguiu resistir ao tempo, combinando tecnologia, imaginação e espírito natalício numa tradição que atravessa gerações.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
