Coimbra
Nova maternidade de Coimbra sai do papel e vai começar a ser construída
Imagem: depositphotos.com
A nova maternidade de Coimbra deverá entrar em fase de construção no próximo ano. A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra encontra-se “na fase final dos preparativos” para o lançamento do concurso público da empreitada, prevendo que as obras possam arrancar no primeiro semestre de 2026.
“Seguindo a tramitação da contratação pública, será possível iniciar a construção durante o primeiro semestre de 2026”, indica a ULS ao Jornal de Notícias. O atual conselho de administração, em articulação com a direção executiva e o Governo, considera a construção da nova maternidade “urgente e inegociável”, sublinhando que, face às condições atuais, “não existe tempo a perder”.
Atualmente, Coimbra dispõe de duas maternidades — Daniel de Matos e Bissaya Barreto — que, em conjunto, registam o maior número de recém-nascidos do país. Ainda assim, a ULS reconhece que “as condições físicas atuais estão abaixo do desejado”.
Até junho deste ano, foram realizados 2438 partos, um aumento de 1,2% face ao mesmo período de 2024. A ULS destaca ainda que apresenta “o melhor valor nacional” na percentagem de cesarianas entre instituições de maior diferenciação, com 25,1%, menos 3,1 pontos percentuais do que no ano anterior.
A nova maternidade será desenvolvida para responder às necessidades atuais e futuras da população, com foco na excelência assistencial, no bem-estar materno e neonatal e na humanização dos cuidados. Segundo a ULS, o edifício será equipado com “tecnologias de ponta” e desenhado para garantir circuitos adequados que reforcem a segurança das grávidas e dos recém-nascidos, otimizando os fluxos clínicos.
O projeto prevê áreas dedicadas ao parto, cuidados neonatais intensivos, acompanhamento pré-natal e pós-parto, bem como espaços de conforto para as famílias, com ambientes humanizados de apoio emocional e físico às mães e aos bebés.
A maternidade será construída no polo dos Hospitais da Universidade de Coimbra, com uma área bruta total de 18 649 metros quadrados. O internamento contará com 138 camas, distribuídas por duas unidades para puérperas, uma para patologia obstétrica, duas de ginecologia e uma unidade de neonatologia, incluindo quartos destinados à permanência dos pais.
A ULS sublinha ainda a aposta em quartos individuais com condições para acompanhante permanente: 30 quartos para internamento pré-parto e 60 para puérperas, sendo possível duplicar o número de camas por quarto em situações de pico de afluência.
As salas de parto estarão equipadas com tecnologia moderna e pensadas para o conforto durante o trabalho de parto, incluindo casas de banho individuais com possibilidade de banhos quentes e técnicas não farmacológicas de controlo da dor, como a deambulação com monitorização fetal contínua. Duas salas disporão ainda de banheiras tipo jacuzzi para o período pré-parto.
As unidades de cuidados intensivos e intermédios neonatais terão 26 postos, com possibilidade de permanência dos pais e individualização dos espaços. O complexo incluirá também áreas dedicadas à formação.
A construção da nova maternidade foi anunciada em outubro de 2021, com inauguração inicialmente prevista para 2024. Em 2023, a expectativa era lançar o concurso no início do ano seguinte. Já em setembro de 2024, o presidente da ULS de Coimbra apontava fevereiro de 2025 para o lançamento do concurso, estimando um investimento superior a 55 milhões de euros.
O Orçamento do Estado para 2025 reserva 45 milhões de euros para a construção da nova maternidade. Até 16 de outubro, foram realizados 4094 partos nas duas maternidades da ULS de Coimbra, reforçando a pressão sobre as atuais infraestruturas e a necessidade de uma nova unidade.
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