Coimbra

Descontos nos transportes urbanos de Coimbra ficam de fora do passe intermodal

Notícias de Coimbra | 4 horas atrás em 22-12-2025

A Câmara de Coimbra recuou na decisão do anterior executivo de manter no passe intermodal os descontos que vigoram nos transportes urbanos, afetando cerca de 7.500 utilizadores mensais.

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A presidente da Câmara de Coimbra, Ana Abrunhosa (PS/Livre/PAN), confirmou hoje, em Assembleia Municipal, que os passes subsidiados que vigoram nos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) não irão passar para o passe intermodal, que entra em funcionamento a 01 de janeiro para aqueles transportes e Sistema de Mobilidade do Mondego (‘metrobus’).

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“Todos os passes subsidiados não vão, por enquanto, fazer parte deste acordo. Vamos equacionar essa possibilidade quando a SIT [Sistema Intermunicipal de Transportes] também entrar na intermodalidade”, afirmou a autarca.

O anterior executivo da Câmara de Coimbra, numa coligação liderada pelo PSD, tinha estabelecido que asseguraria por meios próprios a manutenção dos descontos vigentes nos SMTUC para os seus munícipes no passe intermodal.

A medida abrangia cerca de 7.500 utentes por mês, a grande fatia (cerca de 2.500) dos quais cidadãos com mais de 65 anos de idade, que beneficiavam de um passe mensal de cerca de 11 euros.

Os descontos também se aplicavam a estudantes de ensino superior com mais de 23 anos (15 euros de passe mensal), funcionários municipais (12 euros de passe anual), aposentados municipais (seis euros mensais), bombeiros voluntários (um euro mensal) e pessoas com rendimento social de inserção e desempregado de longa duração (um euro mensal).

Todos estes beneficiários dos atuais descontos dos SMTUC, caso queiram aderir à intermodalidade, terão de pagar o passe completo (30 euros para viagens dentro de um município), caso não sejam abrangidos por algum dos descontos previstos, cujo passe é também mais caro (para determinados beneficiários de apoios sociais os bilhetes mensais poderão custar 15 a 22,5 euros para viagens num município).

A proposta, aprovada em setembro deste ano, considerava importante dar continuidade às políticas municipais de apoio social e tarifário, manter as bonificações agora aplicadas apenas nos SMTUC e também fomentar “a adesão dos utentes ao sistema intermodal”.

De acordo com o documento consultado pela agência Lusa, era estimado um custo de cerca de 150 mil euros mensais para manter as bonificações tarifárias no passe intermodal.

Questionada pela Lusa, a vereadora que tinha a pasta dos transportes no anterior mandato e que agora está na oposição, Ana Bastos, esclareceu que a manutenção dos benefícios corresponderia a um investimento de 1,88 milhões de euros, onde era incluída uma estimativa de aumento de uso por parte dos beneficiários dos descontos.

Na Assembleia Municipal, a deputada do movimento Somos Coimbra, Lúcia Santos, recordou o acordo estabelecido pelo anterior executivo para manter os passes bonificados na intermodalidade, considerando que é uma opção política que incentiva o uso do transporte público.

“Falamos de cerca de 7.500 pessoas afetadas mensalmente. Pessoas para quem a mobilidade não é uma escolha: é uma condição de acesso ao trabalho, à escola, aos cuidados de saúde”, vincou.

A intermodalidade, defendeu Lúcia Santos, “não pode funcionar somente para quem paga o passe completo, ficando condicionada para quem beneficia de apoio social”.

Para a deputada municipal, caso se mantenha essa política, está-se a criar “um sistema de mobilidade e intermodalidade coxo”, considerando que a mesma deve existir para todos.

Para Ana Abrunhosa, a manutenção dos descontos teria um custo “de dois milhões de euros anuais” que o município não tem “condições de assumir”, prometendo voltar a analisar a questão quando os transportes intermunicipais aderirem aos bilhetes intermodais.

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