O Ministério Público acusou um homem de 73 anos, residente em Alqueidão, Figueira da Foz, da prática de um crime de homicídio na forma tentada, após alegadamente ter atropelado o ex-genro, de 44 anos, na sequência de conflitos familiares prolongados.
Segundo a acusação, os desentendimentos entre o arguido e a vítima eram recorrentes e agravaram-se após a regulação das responsabilidades parentais da filha da vítima. Os factos ocorreram a 15 de março de 2023, quando o ex-genro se deslocava a pé desde o largo da igreja, onde havia estacionado o carro, até à casa do ex-sogro, para uma visita à menor.
De acordo com o despacho do MP, a que o Correio da Manhã teve acesso, o arguido seguia ao volante de uma viatura e, ao cruzar-se com a vítima, terá aumentado a velocidade e alterado a trajetória do veículo, embatendo propositadamente no homem e projetando-o contra um muro de tijolos, que acabou por ruir.
A vítima sofreu múltiplas fraturas, esteve sujeita a vários internamentos hospitalares e ficou 288 dias incapacitada para o trabalho.
O Ministério Público considera que o arguido agiu de forma consciente e deliberada, com a intenção de tirar a vida à vítima, o que não se concretizou por circunstâncias alheias à sua vontade. Além da condenação criminal, o MP pede ainda a proibição de conduzir veículos a motor.
Durante o julgamento, que decorre no Tribunal de Coimbra, o arguido negou a intenção de matar, alegando que o atropelamento não foi intencional.
O caso continua a ser apreciado pelo tribunal.
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