Portugal

“Relação insustentável”: Ama avisou o marido dias antes de ser morta

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 horas atrás em 22-12-2025

Lucinete Freitas, ama brasileira de 55 anos, desabafou com o marido poucos dias antes de ser assassinada pela patroa, na Amadora, que a relação entre ambas se estava a tornar insustentável.

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O corpo da vítima foi encontrado na noite de quinta-feira, num descampado, e a suspeita do crime encontra-se detida em prisão preventiva, indiciada por homicídio qualificado e profanação e ocultação de cadáver.

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Segundo o marido contou ao Correio da Manhã, Lucinete queixava-se das constantes discussões com a patroa, que a acusava de tomar partido do patrão sempre que surgiam conflitos entre o casal. As divergências estavam relacionadas sobretudo com os cuidados prestados ao bebé de dois anos, de quem Lucinete tomava conta há cerca de três meses.

“Ela sempre se deu bem com toda a gente para quem trabalhou em Portugal, mas desta vez avisou-me que estava a ter problemas”, contou José Teodoro. A vítima chegou a referir que temia a separação do casal e que poderia vir a ser chamada como testemunha a favor do patrão numa eventual disputa pela guarda da criança.

Foi precisamente no dia 5 de dezembro, após uma discussão, que Lucinete terá sido morta à pancada pela patroa. Nesse mesmo dia, falou pela última vez com o marido. José Teodoro acredita que a mensagem enviada por volta das 22:00, a dizer que “estava tudo bem”, já não terá sido escrita pela mulher.

“No dia seguinte, as mensagens apareciam como lidas, mas não havia resposta. Ela já não estava viva”, afirmou. No domingo seguinte, o telemóvel desligou-se definitivamente.

Lucinete já não regressou ao quarto que tinha arrendado em Portugal após o dia 5.

De acordo com a investigação, Lucinete foi atraída para um local isolado, com vegetação e mata, onde foi atingida com uma pedra na cabeça. O corpo foi abandonado no local. A suspeita acabou por conduzir os inspetores da Polícia Judiciária até ao local onde ocultou o cadáver.

A PJ foi acionada após a apresentação de uma queixa de desaparecimento, feita a 8 de dezembro, na esquadra da Reboleira. A participação foi apresentada pelo patrão, depois de ter sido alertado pelo marido da vítima. A investigação decorreu de forma célere e levou rapidamente à detenção da suspeita.

Lucinete chegou a Portugal em abril, com o objetivo de construir uma vida melhor para a família. Trabalhou num restaurante e a cuidar de idosos, antes de iniciar funções como ama. O marido e o filho, de 14 anos, que vivem em Fortaleza, no Brasil, planeavam juntar-se a ela no início de 2025.

Agora, a família está em choque e trata da trasladação do corpo. “O nosso filho está completamente perdido. Só queríamos uma vida melhor em Portugal”, desabafou José Teodoro.

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