Política
Inês Sousa Real assegura legalidade do regulamento e acusa dirigente de se demitir “por conveniência
A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, assegurou hoje a legalidade do regulamento do Congresso, e criticou o coordenador demissionário do Conselho de Jurisdição, acusando-o de se demitir “por conveniência para integrar uma nova lista”.
Em declarações aos jornalistas à entrada do X Congresso Nacional do PAN, em Coimbra, a porta-voz do partido, Inês de Sousa Real, reagiu à demissão do coordenador do Conselho de Jurisdição Nacional, Jorge Silva, contra alegadas ilegalidades no regulamento da reunião magna e à ausência da lista opositora, liderada por Carolina Pia.
Sobre os argumentos de Jorge Silva, Sousa Real garantiu que o Congresso foi convocado “dentro de todas as normas e regras estatutárias” e enfatizou que a Jurisdição é um órgão colegial, que aprovou o regulamento por maioria, criticando quem “se demite por mera conveniência para depois integrar uma nova lista”.
“O partido respeitou todas as normas estatutárias em vigor, não podíamos estar a convocar delegados para o Congresso de estruturas que não existem ou de que nem sequer apresentaram listas”, disse, numa resposta ao argumento de Jorge Silva de que o regulamento do Congresso “promove a exclusão e a eleição ilegal de filiados”, ao não ter permitir a participação de distritais consideradas inativas.
A líder do PAN lamentou também a ausência da lista opositora, liderada por Carolina Pia, considerando o protesto da oposição “uma profunda imaturidade e falta de respeito para todos os delegados” que deixaram “as famílias para trás para poder estar presentes” neste Congresso.
Sousa Real reiterou que “os argumentos que a oposição tem utilizado lamentavelmente são argumentos que não têm qualquer respaldo do ponto de vista estatutário ou regulamentar”, acrescentando que o objetivo da reunião magna de hoje é discutir o futuro do PAN com “responsabilidade, união e seriedade”.
“Por isso mesmo não posso sequer associar-me àquilo que foram as críticas feitas”, afirmou.
O PAN reúne hoje o X Congresso, em Coimbra, para eleger a direção antevendo-se que, após meses de tensão interna, a porta-voz, Inês de Sousa Real, renove o seu mandato, perante a ausência, em protesto, da oposição.
O PAN vai definir a orientação e estratégia política para os próximos anos, depois de nas últimas legislativas ter visto diminuir o número de votos e após meses de conturbação interna, com a demissão de vários dirigentes e a saída de dezenas de militantes. A última demissão foi conhecida esta sexta-feira, com a saída do coordenador da Jurisdição do partido, por considerar que há ilegalidades no regulamento do Congresso.
Apresentam-se a esta reunião magna duas candidatas à liderança: Inês de Sousa Real, porta-voz do partido desde junho de 2021 e única deputada do PAN, que se recandidata a um terceiro mandato, e Carolina Pia, ex-líder distrital em Viseu, que se demitiu da Comissão Política Nacional (CPN) em maio por divergências com a direção atual.
A lista A, liderada por Carolina Pia, embora se mantenha como uma das opções no boletim de voto, não comparecerá ao Congresso por considerar não estarem asseguradas as “garantias democráticas” para a realização dos trabalhos, criticando a impossibilidade de serem eleitos delegados por distritais consideradas inativas, uma norma que diz impedir o acesso ao voto a filiados em zonas que não estão sob o controlo da direção.
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