Saúde

Antitranspirante ou desodorizante? Há diferenças

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 horas atrás em 19-12-2025

Suar é um mecanismo natural e essencial do corpo humano — funciona como um sistema de arrefecimento por evaporação e ajuda a regular a temperatura corporal. Em média, uma pessoa transpira pelo menos meio litro por dia, mesmo sem exercício intenso.

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O problema surge quando o suor se associa ao mau odor corporal. Para o evitar, milhões de pessoas recorrem diariamente a produtos aplicados nas axilas. Mas apesar de serem usados de forma semelhante, desodorizantes e antitranspirantes não são a mesma coisa — e funcionam de formas muito diferentes.

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Contrariamente ao que muitos pensam, o suor é inodoro. O odor corporal surge devido à acção de bactérias que vivem naturalmente na pele.

O corpo possui dois tipos principais de glândulas sudoríparas. As glândulas écrinas, presentes em quase todo o corpo, produzem um suor maioritariamente aquoso cuja função principal é a termorregulação. Já as glândulas apócrinas, localizadas sobretudo nas axilas e virilhas, libertam um suor mais espesso, rico em proteínas, açúcares e lípidos.

Embora este suor também não tenha cheiro à partida, ele serve de alimento para bactérias da pele. Ao metabolizarem essas substâncias, as bactérias libertam compostos voláteis com odores intensos — alguns detectáveis pelo nariz humano em quantidades ínfimas. Estas glândulas tornam-se mais activas a partir da puberdade, o que explica o aumento do odor corporal nessa fase da vida.

Os antitranspirantes têm como objectivo reduzir ou impedir a transpiração. Para isso, contêm ingredientes activos — geralmente sais de alumínio, como o cloridrato ou o cloreto de alumínio, por vezes combinados com zircónio.

Estas substâncias reagem com a humidade presente nas glândulas sudoríparas e formam um tampão temporário que bloqueia a saída do suor para a superfície da pele. Com menos suor disponível, as bactérias ficam privadas do “combustível” necessário para produzir maus odores.

Os desodorizantes seguem outra estratégia: não impedem a transpiração, mas atuam diretamente sobre o odor. Fazem-no de várias formas, consoante a formulação.

Alguns contêm agentes antimicrobianos que reduzem a quantidade de bactérias na pele. Outros recorrem a fragrâncias para mascarar odores indesejáveis. Existem ainda compostos que absorvem moléculas odoríferas ou a humidade, bem como ingredientes que alteram o pH da pele, tornando o ambiente menos favorável à proliferação bacteriana, pode ler-se na Science Alert.

Há também produtos híbridos, que combinam características de ambos — antitranspirantes com fragrâncias fortes ou com agentes antimicrobianos são exemplos comuns.

A escolha depende do objetivo. Se a principal preocupação for o cheiro, um desodorizante pode ser suficiente. Se, além disso, se pretende reduzir a quantidade de suor, o antitranspirante é a opção mais eficaz.

Com o passar do tempo, mudanças hormonais, de hábitos ou de saúde podem alterar a forma como o corpo reage a estes produtos. Nalguns casos, pode ser necessário experimentar diferentes opções ou até procurar aconselhamento médico.

Apesar de rumores antigos que associavam os sais de alumínio a riscos para a saúde, a evidência científica disponível indica que os antitranspirantes à base de alumínio são seguros quando usados correctamente.

Ainda assim, os desodorizantes ditos “naturais” têm ganho popularidade. Muitos recorrem a ingredientes como bicarbonato de sódio, óleos essenciais ou extratos vegetais, que actuam de forma semelhante aos produtos convencionais: combatem bactérias, absorvem odores ou mascaram o cheiro.

No entanto, os especialistas alertam que “natural” não é sinónimo de “mais seguro”. Alguns destes ingredientes alternativos não foram testados com o mesmo rigor, e certos compostos — naturais ou sintéticos — podem causar irritações ou contribuir para resistência antimicrobiana.

No final, não existe uma solução universal. A eficácia e a tolerância variam de pessoa para pessoa. O mais importante é compreender como cada produto funciona — e escolher aquele que melhor responde às necessidades do corpo, especialmente nos meses mais quentes do ano.

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