A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra está a implementar um novo modelo de acompanhamento e de visita nas unidades de internamento, após o período de restrições na pandemia de covid-19.
Numa nota enviada hoje à agência Lusa, aquela entidade de saúde defende ser essencial reabrir as portas das unidades de internamento às famílias, havendo o reconhecimento de que a presença de um acompanhante é um fator determinante para o bem-estar, a recuperação clínica e a humanização dos cuidados do paciente.
O acompanhante ou familiar de referência, escolhido pela pessoa internada, “assegura a presença junto do doente, facilita a articulação com as equipas de saúde e mantém a ligação com o restante núcleo familiar, contribuindo para uma comunicação mais clara e para um acompanhamento mais seguro e personalizado”, disse o presidente do Conselho de Administração da ULS de Coimbra, Alexandre Lourenço, citado no comunicado.
Segundo a diretora do Serviço de Humanização daquela ULS, Sílvia Monteiro, para os doentes, o acompanhamento familiar reduz a ansiedade, reforça a confiança, preserva a identidade pessoal e melhora a comunicação com os profissionais de saúde, com impacto positivo no bem-estar psicológico e na recuperação clínica.
Por sua vez, para as famílias, o acompanhamento facilita a compreensão do estado clínico e das opções terapêuticas, reforça a confiança na equipa e promove uma participação mais ativa nos cuidados, preparando de forma mais segura a transição para o domicílio.
“E as equipas profissionais também beneficiam de um ambiente mais empático e colaborativo, marcado por uma comunicação mais eficaz, maior confiança mútua e menor tensão relacional”, frisou Sílvia Monteiro.
De acordo com o novo Regulamento de Acompanhantes e Visitas, será possível a permanência alargada de um acompanhante para todos os doentes, entre as 09:00 e as 21:00.
Está também previsto o acompanhamento permanente em situações especiais, nomeadamente para mulheres grávidas, parturientes e puérperas; crianças e jovens com menos de 18 anos; pessoas com deficiência ou em situação de dependência; pessoas com doença incurável em estado avançado; ou pessoas em situação de fim de vida.
O modelo engloba ainda o direito a duas visitas diárias, com duração máxima de 60 minutos por visitante.
Apesar de o agendamento das visitas se manter obrigatório, para assegurar uma gestão adequada do número de pessoas presentes simultaneamente nas unidades de internamento, a ULS de Coimbra garante que está a “desenvolver esforços para simplificar os processos de agendamento e flexibilizar os horários”.
A enfermeira gestora do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, Celinia Antunes, alertou para a importância de garantir condições adequadas de distanciamento, “atendendo às limitações estruturais existentes, em particular no edifício central do polo HUC [Hospitais da Universidade de Coimbra]”.
O distanciamento é essencial “para a prevenção e controlo de infeções, a salvaguarda da privacidade e a proteção do bem-estar de cada doente”, sublinhou.
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