Política
“Dia especial”: Autarcas consideram “inadmissível” os quase 16 anos de espera do Metrobus e acreditam no “grande sucesso”
Os presidentes da Câmara de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã afirmaram hoje que o arranque do projeto de ‘metrobus’ até Serpins (Lousã) irá trazer novas oportunidades e dinâmicas na região.
“É um dia de grandes oportunidades. Este projeto traz grandes desafios, mas abre muitas portas a esta região. É uma região que fica mais cosmopolita e mais próxima”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Miranda do Corvo, José Miguel Ferreira (PSD), no final da cerimónia de inauguração do Sistema de Mobilidade de Mondego (SMM).
Depois de cerca de três meses de operação preliminar no troço urbano de Coimbra, o SMM arrancou hoje com a sua operação até Serpins, servindo os concelhos da Lousã e Miranda do Corvo, os municípios mais afetados pelo fecho do ramal ferroviário, em 2010.
Apesar de José Miguel Ferreira considerar “inadmissível” os quase 16 anos de espera entre o fim do ramal ferroviário e o arranque do SMM, num projeto que começou a ser desenhado há cerca de 30 anos, o autarca entende que Lousã e Miranda do Corvo ganham agora uma “grande vantagem” na atração de pessoas, que ficam mais perto da capital de distrito.
“É também uma grande oportunidade para a região se souber ambicionar a concretização rápida da ligação ao hospital [que deverá estar concluída em 2026] e ambicionar novas capilaridades que permitam chegar aos polos universitários e estender até pelo menos aos concelhos de Condeixa-a-Nova e Cantanhede”, disse o autarca de Miranda do Corvo, concelho que ficará a 30 minutos de Coimbra, através do SMM.
Também o presidente da Câmara da Lousã, Victor Carvalho, afirmou à Lusa que o SMM trará “uma grande mais-valia” para os territórios servidos por este sistema de autocarros elétricos em via dedicada.
“Vai ser um grande sucesso e vai trazer uma dinâmica diferente e mais forte ao nosso território”, disse, acreditando que o ‘metrobus’ também poderá atrair mais habitantes para o concelho.
Já na cerimónia de inauguração do SMM, que decorreu em Sobral de Ceira, no concelho de Coimbra, a presidente da Câmara deste município, Ana Abrunhosa (eleita por uma coligação liderada pelo PS), considerou que se estava perante um “dia especial”.
Para a autarca, o ‘metrobus’ não pode ser apenas uma “infraestrutura de transporte”, mas uma forma de se assegurar “um modo de vida diferente em Coimbra e na região”.
Ana Abrunhosa reiterou a necessidade de integrar o ‘metrobus’ na cidade, densificar a rede e trabalhar na sua ligação a outros concelhos vizinhos, considerando que essa expansão não pode ser atirada para um futuro longínquo.
Para a presidente da Câmara de Coimbra, o SMM será também importante para que Coimbra se possa afirmar como uma região metropolitana.
Hoje, disse, “é um ponto de viragem para a região de Coimbra, mas também um ponto de partida para projetos futuros”, vincou a autarca, que discursava numa cerimónia que contou com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e vários elementos do seu executivo.
Na entrada do Parque de Material e Oficinas (PMO) da Metro Mondego, onde teve lugar a cerimónia, decorreu uma concentração da CGTP, com cerca de 30 pessoas, que procurava entregar a Luís Montenegro uma moção sobre a reforma da lei laboral, enquanto se entoavam cânticos como “Não vamos desistir, o pacote é para cair”.
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