Crimes

‘Quim Pedreiro’ mata em café por dívida de “duzentos contos”

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 6 horas atrás em 16-12-2025

Imagem: Pedro Oliveira (vítima) | FOTO: DR

Uma alegada dívida antiga de “duzentos contos” — cerca de mil euros — por trabalhos realizados pelo arguido ao pai da vítima esteve na origem do homicídio de Pedro Oliveira, de 35 anos, morto com um tiro no peito, à queima-roupa, num café em Arões, Fafe, em fevereiro deste ano.

O suspeito do crime, Joaquim Carneiro, de 65 anos, conhecido por “Quim Pedreiro”, vai ser julgado no Tribunal de Guimarães no início do próximo ano, acusado de homicídio qualificado, detenção de arma proibida e coação. Encontra-se em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Braga, indica o Correio da Manhã.

Segundo a acusação do Ministério Público de Guimarães, à qual aquele jornal teve acesso, o crime ocorreu no dia 9 de fevereiro, por volta das 18:00, no café Pérola Central, em Arões São Romão. Joaquim Carneiro entrou no estabelecimento acompanhado por quatro amigos e dirigiu-se a Pedro Oliveira, que se encontrava na esplanada. Após um cumprimento inicial, o arguido acusou o pai da vítima de lhe dever dinheiro, chamando-lhe “caloteiro”, em tom exaltado.

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Surpreendido, Pedro Oliveira respondeu que lhe daria “um estalo na cara” caso continuasse a ofender o pai e afastou-se para fumar um cigarro, tentando evitar o agravamento da situação. Contudo, o arguido voltou a aproximar-se e terá dito à vítima: “tu já não sais daqui”.

De acordo com a acusação, Joaquim Carneiro retirou então do bolso uma pistola de calibre 6,35 milímetros, embrulhada num lenço, apontou-a ao peito de Pedro Oliveira e disparou a menos de um metro de distância. Um amigo comum ainda tentou acalmar a situação e afastar o agressor, mas acabou empurrado e ameaçado.

Pedro Oliveira ainda cambaleou antes de cair inanimado no chão. O atirador fugiu do local, entregando-se na manhã do dia seguinte à Polícia Judiciária de Braga, já acompanhado por um advogado.

Além do homicídio e da posse de arma proibida, o arguido está também acusado de coação, por ter ameaçado o amigo que tentou proteger a vítima.

Os pais de Pedro Oliveira constituíram-se assistentes no processo e pedem uma indemnização de 500 mil euros, alegando que a morte do filho foi “absolutamente injustificada, inesperada e brutal”. Metade do valor corresponde ao sofrimento e à morte da própria vítima, enquanto os restantes 250 mil euros dizem respeito a danos morais sofridos pelos pais.

Pedro Oliveira trabalhou durante vários anos na empresa de construção civil da família e tinha emigrado para a Suíça. Regressou a Portugal para celebrar o aniversário da mãe e aguardava, junto dos pais, um novo contrato de trabalho no país helvético.

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