A jornalista da TVI e da CNN Portugal, Carolina Resende Matos, recorreu às redes sociais para relatar a experiência vivida durante um internamento de cinco dias no Hospital de Cascais, onde esteve hospitalizada na sequência de uma peritonite que levou à remoção do apêndice.
“Foi a minha casa durante os últimos dias”, começou por escrever na legenda de uma fotografia de uma cama de hospital, garantindo depois que se encontra bem: “Estou bem. Foi um susto, mas passou”.
Apesar do desfecho positivo, a jornalista deixou duras críticas ao funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), manifestando “desilusão” com o sistema, mas também profunda gratidão pelos profissionais de saúde. “O SNS salva vidas, mas muito pelo esforço assustador de profissionais que fazem o impossível para carregar às costas este fardo gigantesco”, sublinhou.
No seu testemunho, Carolina Resende Matos descreveu cenários que diz ter presenciado durante a sua estadia nas urgências: idosos a dormir em cadeiras de rodas, doentes deitados em bancos de espera e macas espalhadas pelos corredores. “Horas infinitas de incerteza”, escreveu, apontando também situações de doentes deixados sozinhos, sem apoio familiar. Para a jornalista, esta realidade é reflexo não apenas de falhas políticas, mas de um problema coletivo: “Aqui não é um Governo que falha. Somos todos nós”.
A jornalista revelou ainda que entre a entrada no hospital e a cirurgia passaram 19 horas, classificando a espera como “desumana”, agravada por uma greve que decorria na altura. Ainda assim, destacou o esforço das equipas médicas e de enfermagem: “Guardarei na memória a luta de quem batalhou e carregou serviços mínimos sob um esforço pessoal tremendo”.
No final da publicação, Carolina Resende Matos fez questão de esclarecer que o seu testemunho não tem motivação partidária. “Isto não é uma crítica ao governo. Não tenho partido nem me movo por esses meios. Isto é um apelo. Um apelo à vida. Do SNS. E à nossa”, concluiu, afirmando escrever também “por quem não tem voz”.
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