Prometem o que muitos sempre sonharam: perder peso sem esforço, sem dietas rígidas e sem horas no ginásio.
As chamadas injeções da perda de peso tornaram-se o fenómeno do momento, dominam redes sociais, capas de revistas e conversas de café. Mas por detrás da promessa de um corpo “perfeito” esconde-se uma realidade inquietante — e potencialmente perigosa.
O endocrinologista Francisco Sousa Santos, em declarações à SIC Notícias, deixa um aviso claro e desconcertante: “Às vezes é melhor pedir ajuda a um profissional de saúde mental para desconstruir uma autoimagem distorcida do que recorrer a estas injeções.” A obsessão com o corpo ideal, diz, está a ultrapassar todos os limites do razoável — e do saudável.
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A procura desenfreada levou a um cenário alarmante: escassez generalizada de medicamentos essenciais, originalmente desenvolvidos para tratar diabetes tipo 2. Pessoas que dependem destas terapêuticas para controlar a doença estão a ficar sem acesso, enquanto outros recorrem às injeções apenas para perder “uns quilos a mais”.
O médico não esconde a indignação: “Pense no seu pai, no seu avô ou noutro familiar com diabetes tipo 2. Esta medicação pode ajudá-los a viver melhor — e não a conseguem porque há quem a use para perder um pouco de peso.”
Além das questões éticas, há riscos reais para a saúde. Náuseas, vómitos, alterações gastrointestinais, perda excessiva de massa muscular e impacto psicológico são apenas alguns dos efeitos associados quando estas injeções são usadas sem indicação médica adequada.
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