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Planeta tremeu! O som que fez história ao ser o mais alto de sempre

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 horas atrás em 09-12-2025

A pergunta parece simples, mas a resposta está longe de o ser: qual foi o som mais alto produzido no planeta? Para os cientistas, tudo depende de como se define “som” e de que tipo de registos — históricos ou instrumentais — se utilizam. Ainda assim, dois candidatos dominam a discussão: a erupção do Krakatoa, em 1883, e a explosão subaquática do Hunga Tonga-Hunga Ha‘apai, em 2022.

Durante mais de um século, o Krakatoa foi considerado o evento mais ruidoso jamais ouvido. A explosão vulcânica, na Indonésia, ecoou a mais de 3.000 quilómetros de distância e fez barómetros de todo o mundo oscilar. Tímpanos foram rompidos a 64 quilómetros do local da erupção, e estima-se que o som tenha atingido 170 decibéis a 160 quilómetros, com cálculos mais recentes a apontarem para valores próximos dos 310 decibéis — um nível muito além do que o ouvido humano consegue suportar.

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Para comparação:

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  • 140 dB – limite aproximado da dor humana (equivalente a um motor a jato a curta distância)
  • 100 dB – exposição de 14 minutos já pode causar lesões auditivas
  • 75 dB – ruído típico de eletrodomésticos como aspiradores

Acima dos 194 decibéis, as ondas sonoras transformam-se em ondas de choque, viajando mais depressa do que o próprio som. No caso do Krakatoa, a onda de choque terá dado sete voltas ao planeta. Ainda assim, não existe uma medição direta — ninguém estava suficientemente perto para registar a explosão.

Outro candidato frequentemente citado é o evento de Tunguska, na Sibéria, em 1908: a explosão de um meteoro que arrasou milhares de árvores. As estimativas apontam para 300–315 decibéis, mas, tal como no Krakatoa, não houve instrumentos modernos a medir a explosão de forma direta, pode ler-se no ZAP.

Quando o foco se restringe à era moderna, porém, os investigadores são unânimes: a erupção do Hunga Tonga-Hunga Ha‘apai, em janeiro de 2022, foi o evento mais ruidoso alguma vez medido com tecnologia contemporânea.

A explosão subaquática gerou uma onda de pressão que deu várias voltas ao globo e foi ouvida a milhares de quilómetros, incluindo no Alasca e na Europa Central. Uma estação de infra-sons situada a apenas 68 quilómetros registou um pico de 1800 pascais, muito superior ao de grandes explosões humanas. Converter esta medição para decibéis resulta em cerca de 256 dB, embora os especialistas alertem que este valor é enganador, já que a erupção produziu um pulso atmosférico gigantesco que não corresponde inteiramente a uma onda sonora tradicional.

No laboratório, já foram criados choques ainda mais intensos — como uma onda de 270 dB gerada por um laser de raios X — mas, por ocorrerem no vácuo, não produzem som audível.

Para eventos reais, atmosféricos e medidos com instrumentos modernos, a resposta é inequívoca: “Tonga 2022 é a campeã.”

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