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O que acontece se a Terra parasse de girar de repente?

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 30 minutos atrás em 05-12-2025

A expressão “Parem o mundo, que eu quero descer” pode ser divertida — mas, segundo a ciência, se a Terra realmente parasse de girar, o resultado seria tudo menos humorístico.

Um cenário digno de um filme apocalíptico, explica Joseph Levy, professor associado de geociências na Universidade de Colgate, citado num artigo originalmente publicado pelo Business Insider.

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Caminhar tranquilamente numa praia ao longo do Equador é, na verdade, viajar sobre um planeta que gira a 1.674 km/h. Essa velocidade não se sente porque tudo gira connosco. Mas se a Terra parasse de imediato, a física não perdoaria.

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Segundo Levy, qualquer pessoa no Equador seria projetada para leste a 1.674 km/h — velocidade suficiente para provocar um impacto fatal, independentemente de aterrar em terra ou no mar. Oceano, areia, árvores, edifícios… tudo seria sacudido pela inércia. Estruturas de tijolo simplesmente se desfariam, incapazes de resistir às forças libertadas.

Perto dos polos, porém, o impacto seria bem menor. Alguém a poucos quilómetros do Polo Norte ou Sul provavelmente apenas tropeçaria para a frente. Mas grande parte da população mundial vive longe dessas zonas — e seria violentamente arremessada.

No mundo real, nada pára de imediato. Uma desaceleração gradual evitaria o lançamento catastrófico de objetos e pessoas — mas ainda assim mudaria o planeta de forma drástica.

Sem rotação, cada metade da Terra ficaria exposta a seis meses de sol intenso, seguidos de seis meses de escuridão total. O lado iluminado transformaria plantações em cinzas e evaporaria grandes quantidades de água. O lado noturno congelaria lagos, rios e solos, criando extensas placas de gelo.

As regiões próximas dos polos seriam as menos afetadas, mas qualquer forma de vida teria de adotar um estilo nómada, deslocando-se constantemente para acompanhar a luz do dia.

Hoje, o clima global depende da forma como o sol aquece o Equador e como o ar quente sobe e circula em direção aos polos. Sem rotação, surgiria um segundo gradiente térmico: a divisão entre o lado diurno e o lado noturno.

Resultado? Ventos poderosos a soprar através da linha de sombra, correntes oceânicas irregulares e um planeta meteorologicamente instável.

A NASA confirma que a rotação da Terra diminui ligeiramente a cada século devido à influência gravitacional da Lua — cerca de 2,3 milissegundos por século. Mas isso não representa risco real.

Parar totalmente? Só um cataclismo inimaginável. Mesmo que toda a energia do planeta fosse usada para abastecer a humanidade, Levy estima que seriam precisos um milhão de anos para travar completamente a rotação.

Apesar das curiosidades científicas, a Terra continuará a girar por muitos milhões de anos. E isso, como diz Levy, “é provavelmente uma coisa boa”.

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