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Alerta: Peste suína já bate à porta de Portugal

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 6 minutos atrás em 04-12-2025

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) reforçou as medidas de biossegurança em Portugal, após a confirmação dos primeiros casos de peste suína africana em javalis selvagens na Catalunha, Espanha. A autoridade veterinária portuguesa apela ao cumprimento de normas estritas nas explorações suinícolas e à adoção de práticas rigorosas de limpeza e desinfeção por parte de caçadores e operadores de transporte de animais.

Entre as recomendações está o reforço da higienização de veículos utilizados no transporte de suínos, bem como a eliminação adequada de subprodutos de origem animal. A DGAV lembra ainda que está proibida a alimentação de porcos com lavaduras, restos de cozinha e de mesa. Também apela a que não sejam deixados restos alimentares acessíveis a javalis, sobretudo em zonas rurais e florestais.

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As autoridades portuguesas mostram preocupação com o potencial papel dos javalis na disseminação da doença pela Península Ibérica. Caso o surto na Catalunha não seja rapidamente controlado, admitem que a peste suína africana possa ficar “descontrolada” na região.

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Apesar de o vírus não representar perigo para o ser humano, nem através do consumo de carne infetada nem por contacto com animais doentes, o impacto económico sobre o setor suinícola pode ser devastador. A doença apresenta uma taxa de mortalidade muito elevada tanto em suínos domésticos como em javalis.

A DGAV alerta que o vírus pode ser transportado inadvertidamente em rodas de veículos, solas de sapatos, vestuário sujo, materiais agrícolas ou de caça. O acesso de javalis a lixo humano é outro fator de risco, podendo funcionar como porta de entrada para novos focos, pode ler-se no Correio da Manhã.

Apesar da evolução preocupante do vírus no resto da Europa, Portugal mantém o estatuto de país livre de peste suína africana, atribuído pela Organização Mundial para a Saúde Animal (WOAH). Para que este selo seja preservado, é necessária uma vigilância apertada nos matadouros, bem como fiscalização rigorosa dos produtos de caça comercializada.

O surto na Catalunha foi oficialmente declarado nas últimas semanas. Segundo o ministro da Agricultura catalão, Óscar Ordeig, a origem poderá estar em “restos de comida abandonados — como uma sanduíche de chouriço contaminada — provenientes de um país com focos da doença”. Esses restos terão sido ingeridos por um javali, que acabou por transmitir o vírus a outros animais.

Portugal enfrenta, tal como Espanha, uma explosão populacional de javalis. Estimativas da Federação Portuguesa de Caça apontam para cerca de meio milhão destes animais no território nacional, um aumento acentuado após as limitações à atividade cinegética durante a pandemia. Além do risco sanitário, agricultores reportam prejuízos significativos, sobretudo em culturas de milho.

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