No estúdio do NOW, Pedro Santana Lopes recebeu, esta segunda-feira à noite, 1 de dezembro, André Ventura com aquele ar de “já vi de tudo… mas vamos lá ver isto também”.
Ventura entrou confiante, como quem chega a uma tourada mediática armado apenas com convicção e um casaco que grita “sou eu que mando”.
Logo de início, Santana Lopes lançou-lhe a pergunta das sondagens — aquelas que dizem que Ventura perderia a segunda volta até contra uma torradeira avariada. Ventura, imperturbável, respondeu que está “habituado a que sejam todos contra nós”, como se estivesse a liderar uma rebelião Jedi e não um partido político.
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Depois, entre um gesto dramático e outro, Ventura explicou que quer ir a votos porque é preciso alguém que represente “os valores fundamentais do Chega”. Uma frase misteriosa que soa sempre a algo entre “endurecer leis” e “desligar o Wi-Fi aos globalistas”.
Santana Lopes, experiente, ouviu com aquele sorriso diplomático de quem pensa: “Se começar a falar de microchips na água, eu desligo a emissão.”
Ventura continuou, recordando que na Europa a extrema-direita às vezes ganha, mas não governa — o que para ele é mais injusto que cartão vermelho mal mostrado. Questionou então, com ar professoral:
“Alguém duvida que se o Chega ganhar com 27 ou 28%, o PS e o PSD se juntam para impedir o governo?”
Santana Lopes não respondeu, mas o silêncio dizia: “Meu caro, se isso acontecer, nem o bloco operatório do SNS teria salas suficientes para fazer as pontes necessárias.”
Foi então que Ventura revelou a grande epifania: para transformar o regime, não basta mandar — tem de mandar do mais alto cargo da nação. Traduzindo: “Primeiro-ministro? Meh. Eu quero o upgrade supremo. Quero o trono, a coroa e o livre acesso ao botão das mensagens à nação.”
E garantiu que não será “um Presidente como os outros, uma jarra de enfeitar”. Santana Lopes acenou, talvez imaginando Ventura no Palácio de Belém a mandar circulares para obrigar as gaivotas a fazer fila por ordem alfabética.
Ventura concluiu dizendo que será interventivo e firme — principalmente na sua trilogia obrigatória: imigração, segurança e corrupção. Três temas que ele repete com mais frequência do que certos influencers dizem “no fundo” e “basicamente”.
Quando a entrevista terminou, Santana Lopes respirou fundo, Ventura saiu com ar de missão cumprida, e o NOW provavelmente precisou de um NOW+ para recuperar.
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