Pedro Bingre, presidente da Liga para a Proteção da Natureza, defendeu que é urgente implementar ações concretas para mitigar os efeitos das alterações climáticas sobre as florestas e prevenir desastres naturais em Portugal.
Segundo o especialista, os incêndios, cada vez mais frequentes e intensos, e as chuvas torrenciais, provocam erosão do solo e inundações, prejudicando a regeneração natural das florestas e aumentando o risco de cheias nas zonas ribeirinhas.
Entre as medidas apontadas para mitigar este problema, destacam-se a realização de incêndios controlados durante o inverno para reduzir a carga de vegetação e minimizar a propagação de fogos no verão; a reflorestação eficaz das cabeceiras das linhas de água para retenção de massas de água; a construção de pequenos açudes de retenção que desaceleram o fluxo das águas e reduzem o pico de cheias, e a arborização estratégica junto aos cursos de água e nas zonas vulneráveis, contribuindo para estabilizar o solo e regular o caudal.
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O presidente propõe ainda a criação de serviços especializados de correção de regimes torrenciais, articulados com os gabinetes técnicos florestais das câmaras municipais e com o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), algo que deixou de existir há cerca de 40 anos.
O especialista sublinhou que estas intervenções não só protegem o ambiente e as florestas, mas também aumentam a resiliência das comunidades locais face a fenómenos extremos como incêndios, cheias e erosão, destacando que a combinação de reflorestação, gestão hídrica e incêndios controlados é fundamental para que Portugal consiga enfrentar os desafios climáticos atuais e futuros, preservando ao mesmo tempo os ecossistemas e a segurança das populações.
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