Spencer Matthews está no centro de um dos desafios de resistência mais ambiciosos do mundo: completar um triatlo de distância Ironman em cada continente, em apenas 21 dias.
O Projeto Se7en, que acompanha esta verdadeira volta ao mundo, tem um propósito solidário — angariar fundos para a James’ Place, uma instituição britânica dedicada à prevenção do suicídio masculino.
O atleta britânico iniciou a aventura menos de 24 horas depois de falar com a Men’s Health australiana, demonstrando uma calma surpreendente para quem se preparava para atravessar sete países, múltiplos fusos horários e algumas das condições mais extremas do planeta. A jornada começou em Londres e segue pelos Estados Unidos, África do Sul, Austrália, Emirados Árabes Unidos, Brasil e, finalmente, Antártida.
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Até ao momento, Matthews já completou os triatlos no Reino Unido, EUA, Cidade do Cabo e Perth. Entre voos longos, refeições improvisadas e um padrão de sono irregular, tem conseguido manter o foco no objetivo principal: ajudar a transformar vidas. “A James’ Place salva milhares de pessoas por ano. Se não fosse por esta causa, desistir seria muito mais tentador”, afirma.
Não é a primeira vez que o atleta se coloca à prova de forma extrema. Em 2023, completou 30 maratonas em 30 dias no deserto da Jordânia — uma experiência que descreve como profundamente transformadora. Foi também aí que compreendeu o poder de ter uma missão clara. Matthews, que abandonou o álcool após mais de uma década de consumo excessivo, encontrou na disciplina física uma forma de reconstruir a vida e recuperar clareza.
O Projeto Se7en, porém, representa um nível totalmente novo de complexidade. O recorde atual para completar triatlos nos sete continentes é de quatro anos — Matthews quer fazê-lo em apenas três semanas. Algo tão simples como perder uma bicicleta durante um voo pode comprometer toda a expedição. E a etapa final, na Antártida, é a que mais o inquieta. As águas geladas e a presença de focas-leopardo tiram-lhe o sono: “Tenho pesadelos com elas. Estamos a tentar perceber como garantir que ficam longe.”
A natação é, de resto, a parte da prova em que se sente menos confortável. Nunca tinha concluído um Ironman completo antes de iniciar esta odisseia e recorda que, numa prova anterior, chegou a nadar de costas para recuperar o fôlego. Já na corrida sente-se confiante — foi nessa disciplina que concentrou a maior parte do treino.
Apesar das dificuldades físicas e logísticas, Matthews garante que a chave está na mentalidade. “Manter uma perspetiva positiva é essencial. Entrar num desafio destes com medo é começar mal.”
Com quatro continentes já concluídos, seguem-se agora Dubai, Rio de Janeiro e, por fim, a Antártida.
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