Política

Presidenciais: Combate à corrupção dominou debate de fortes acusações entre Marques Mendes e Ventura

Notícias de Coimbra com Lusa | 13 minutos atrás em 25-11-2025

 O combate à corrupção dominou hoje o debate entre os candidatos presidenciais Marques Mendes e André Ventura, com o primeiro a propor um Conselho de Estado sobre o tema e o segundo a acusar o adversário de defender uma elite.

No frente a frente televisivo, emitido pela SIC, Luís Marques Mendes anunciou que, caso seja eleito, tenciona dedicar o seu primeiro Conselho de Estado ao tema da reforma da Justiça e do combate à corrupção.

Numa tentativa de se distanciar de André Ventura, Mendes criticou o presidente do Chega por afirmar recorrentemente que “são todos ladrões”, lembrando-o de que “não é polícia, não é magistrado e também não é candidato a xerife da República porque esse cargo não existe”.

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“Toda a gente fala em diagnósticos, eu vou dar o pontapé de saída para melhorar as questões da Justiça, que está doente, e para também melhorar, reforçar e intensificar o combate à corrupção porque nessa parte é a única que estamos de acordo”, atirou o antigo presidente do PSD.

Contudo, esta proposta não convenceu o candidato a Belém e líder do Chega, que considerou estar em causa “conversa da treta”.

“Se o Luís Marques Mendes acha que é um Conselho de Estado que vai resolver o problema da corrupção em Portugal, só mostra que vai fazer o mesmo que todos os outros. Concretizo: absolutamente nada”, criticou Ventura.

Mendes definiu quatro prioridades para o debate neste eventual Conselho de Estado, uma delas o “excesso de corporativismo” no Ministério Público, criticando que alguns procuradores se tenham insurgido contra o “Manifesto dos 50”, uma iniciativa que junta políticos e cidadãos de várias áreas para alertar sobre os problemas da Justiça.

Neste ponto, Ventura acusou Mendes de “atacar a justiça que investiga os políticos corruptos” e de estar “ao lado da casta, da elite que nunca quer ser investigada”.

Mendes defendeu-se, afirmando que apoiou a recondução de Joana Marques Vidal no cargo de procuradora-geral da República, – ao contrário de Marcelo Rebelo de Sousa, – e realçou que quando era líder do PSD substituiu vários presidentes de autarquias “que tinham problemas com a Justiça”.

“O senhor, o único [exemplo] que se conhece é ter um deputado, Miguel Arruda, que foi simultaneamente, por roubar malas no aeroporto, um caso de comédia e um caso de tragédia”, atirou Mendes.

Ventura devolveu que o PSD “está cheio de corrupção do início ao fim” e criticou Mendes por ser apoiado e defender Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, acusado em investigações judiciais.

O líder do Chega tentou ainda colar o candidato Marques Mendes ao atual executivo PSD/CDS-PP, acusando-o de ser a “marioneta de Luís Montenegro” e a “muleta do Governo”.

No início do confronto televisivo, Marques Mendes acusou Ventura de atuar com “total falta de sentido de Estado”, dando como exemplo as críticas que o líder do Chega fez às declarações do Presidente angolano sobre o colonialismo português, em Luanda, nas comemorações dos 50 anos de independência de Angola, e à atuação do atual chefe de Estado.

Ventura respondeu que o seu sentido de Estado é “defender Portugal até ao fim” e considerou que se o país é ofendido “merece defesa”.

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