Região

SOS Cabedelo na Figueira da Foz aplaude consenso parlamentar para construção de ‘bypass’

Notícias de Coimbra | 22 minutos atrás em 25-11-2025

Imagem: Luís Pereira/ SOS Cabedelo

O movimento cívico SOS Cabedelo destacou hoje o consenso parlamentar para a inclusão do concurso de conceção e construção do sistema fixo de transposição sedimentar (bypass) da barra da Figueira da Foz no Orçamento de Estado (OE) para 2026.

Para Miguel Figueira, a decisão tomada na segunda-feira na Assembleia da República por unanimidade reflete o “consenso político e académico” sobre a solução a adotar para evitar a erosão na costa sul daquele concelho do litoral do distrito de Coimbra.

“Este consenso reflete a consciência social que ajudámos a construir e, finalmente, está definido o caminho a adotar pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que tem de colocar em prática a solução que se impõe”, sublinhou o ativista à agência Lusa.

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Salientando que a inclusão da obra no OE para 2026 “é um grande momento”, Miguel Figueira recordou que, em 2024, o Governo tinha aprovado delinear o projeto do ‘bypass’, mas que isso não aconteceu por responsabilidade da APA.

“Sempre defendemos a solução de ‘bypass’, baseados na comunidade científica e como aplicação do melhor que se faz noutras partes do mundo, porque é impossível manter a areia na praia, se esta não estiver sempre a ser alimentada”, frisou.

No verão deste ano, uma empreitada de 21 milhões de euros alimentou artificialmente o troço costeiro a sul da Figueira da Foz (praia da Cova-Gala – Lavos), com 3,5 milhões de metros cúbicos de areia, naquela que foi a maior intervenção de alimentação artificial de praia alguma vez realizada na costa portuguesa.

Na altura, o presidente da APA, Pimenta Machado, sustentou que a intervenção iria repor a linha de costa na posição de 2010 e teria uma longevidade de cinco a sete anos, dependendo do rigor dos invernos.

“Acontece que, em três meses, o mar já nos deu razão, comendo a areia colocada nessa intervenção e a praia [Cova-Gala] está pior do que antes da empreitada”, enfatizou Miguel Figueira, salientando que “ainda não chegou o inverno”.

Segundo o ativista, a intervenção da APA passou por encher a praia de areia, que o mar foi comendo porque não teve alimentação contínua, que só é possível com a construção do ‘bypass’.

“A APA encheu o balde e foi embora”, caricaturou Miguel Figueira, frisando que o “balde” foi esvaziando sem que fosse abastecido continuamente para manter o nível inicial.

Para Miguel Figueira, nas questões ambientais não há obras a prazo, mas sim “compromissos intergeracionais em que se tem de investir nestas soluções para segurança das pessoas e bens”.

Na segunda-feira, o Livre conseguiu validar, na Assembleia da República, uma proposta no Orçamento de Estado para 2026 para “lançar o concurso público para a conceção e construção da obra do sistema fixo de transposição sedimentar [‘bypass’] da Barra da Figueira da Foz”, cuja verba mínima disponível “é de 18,1 milhões de euros, a qual deve ser financiada através da alocação de fundos do Programa Portugal 2030”.

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