Saúde
Ministério da Saúde anuncia linha de financiamento para requalificar serviços de urgências hospitalares
Imagem: Facebook
A ministra da Saúde anunciou, hoje, na Guarda, a abertura, em breve, de uma linha de financiamento para requalificar os serviços de urgência que estão numa “situação mais fragilizada” e precisam de obras.
“Existem urgências por esse país fora que têm que ser requalificadas, precisam de obras fundamentais, porque não é possível continuar a trabalhar nas condições em que algumas das urgências hoje estão a trabalhar. A Guarda é um exemplo, Beja, onde estive na semana passada, é outro, mas há mais casos”, disse Ana Paula Martins.
A ministra da Saúde falava aos jornalistas durante a visita à Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, no âmbito da preparação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para o período de inverno, e onde reuniu com o conselho de administração e inaugurou o Departamento da Saúde da Mulher e da Criança.
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A governante adiantou que as intervenções são necessárias para os doentes, “por uma questão de humanização”, mas também para que os circuitos “possam ser organizados da forma mais adequada”, uma vez que “a urgência é uma área difícil,
“A urgência não tem os circuitos adequados que precisamos para que os doentes sejam recebidos, triados, encaminhados e depois fiquem em observação o tempo que precisam. Não podem é ficar em corredores e, neste momento, estão em corredores, mas não é de agora, estão em corredores há muitos anos”.
Ana Paula Martins realçou que as obras permitirão também aos profissionais de saúde continuar a trabalhar em melhores condições e a prestar melhores cuidados.
“Não é possível termos instalações como temos e fazer o que se faz, apesar do esforço imenso, do sacrifício e abnegação das equipas, que é transversal a todo o SNS”, considerou.
Além do investimento na melhoria das infraestruturas, a ministra da Saúde disse que também faltam “alguns equipamentos” e que o Governo vai continuar a investir em TAC’s, ecógrafos, ressonâncias magnéticas e Imagiologia.
“Estamos a usar o PRR para isso e a privilegiar unidades de saúde, como a da Guarda, mas sobretudo no interior do país, que foram ficando para trás em áreas cirúrgicas, de diagnóstico e imagem, e que temos que conseguir compensar agora para recuperar o atraso de mais de duas décadas”, afirmou.
A ministra disse estar convencida que conseguiram “fazer por uma questão de pragmatismo, até de calendário”.
A governante acrescentou que é igualmente necessário atrair recursos humanos, o que pode ser “mais fácil” com obras e equipamentos nos serviços.
Mas ter urgências com melhores instalações e bem equipadas não basta, segundo Ana Paula Martins, também é preciso melhorar a articulação com os cuidados de saúde primários.
“A pergunta que faço é porque nos vêm parar tantos doentes verdes e azuis às urgências, aqueles que precisam de acompanhamento, tantos doentes de lares, que vêm aqui parar quando não precisavam, portanto, temos que organizar melhor os circuitos”, considerou.
A ministra recordou que as ULS integram cuidados de saúde primários e que é preciso funcionarem para triar a doença menos urgente.
“Melhorámos do ano passado para este, retirámos cerca de 40 por cento das urgências da doença aguda, considerada menos urgente, para atendimentos complementares nos cuidados de saúde primários, aquilo que chamamos consulta diferida”, revelou.
Segundo a governante, isso foi conseguido sobretudo através da Linha SOS 24, mas não pode ser só por essa via.
“Temos que ter respostas de proximidade e os centros de saúde, que, hoje, a maioria é modelo B, tenho a certeza que podemos melhorar muito a esse nível também e esse é o desafio que temos para os profissionais dos cuidados de saúde primários”, concluiu.
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