Saúde

Esqueça o ditado: Afinal, comer queijo pode ajudar a proteger o cérebro da demência

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 hora atrás em 24-11-2025

Imagem: depositphotos.com

Ainda não existe cura para a demência, mas já se conhece um conjunto crescente de fatores que podem influenciar o risco da doença, incluindo exercício físico, dieta, consumo de álcool, vida social e até a forma como se ouve música. Agora, um estudo japonês sugere que o consumo de queijo poderá também desempenhar um papel.

A investigação, encomendada pela empresa japonesa de alimentos Meiji Co., acompanhou 7.914 pessoas com 65 anos ou mais durante três anos. Metade dos participantes consumia queijo pelo menos uma vez por semana, enquanto a outra metade não consumia queijo de todo.

Os resultados mostraram que, entre os consumidores de queijo, 134 pessoas desenvolveram demência (3,4%), enquanto no grupo que não consumia queijo, 176 pessoas foram diagnosticadas com a doença (4,5%). Embora a diferença não seja grande, representa cerca de 10 a 11 casos a menos por cada 1.000 pessoas e sugere uma associação entre o consumo de queijo e uma menor incidência de demência.

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Segundo os investigadores, liderados por Seungwon Jeong, da Universidade Niimi, “estas descobertas são consistentes com evidências observacionais anteriores que ligam o consumo de laticínios à saúde cognitiva”. Apesar de o efeito ser modesto a nível individual, em escala populacional, especialmente em países com baixo consumo de queijo como o Japão, estas diferenças podem ser relevantes para estratégias de prevenção da demência.

O estudo teve em conta fatores como idade, sexo, nível de escolaridade, rendimento e hábitos alimentares gerais. Mesmo após ajustar para dietas mais saudáveis, a associação entre queijo e menor risco de demência manteve-se significativa, sugerindo que o queijo em si poderá ter um efeito benéfico.

O queijo é rico em nutrientes que apoiam a saúde cerebral, como a vitamina K, e contém bactérias benéficas para o intestino, cuja saúde tem sido ligada à redução do risco de demência. Além disso, alimentos lácteos fermentados podem beneficiar o coração, e a saúde cardiovascular é um fator conhecido no risco de demência.

Os investigadores sublinham, contudo, que o estudo não analisou mecanismos biológicos específicos e que são necessárias mais pesquisas para clarificar a relação entre os diferentes tipos de queijo, a quantidade consumida e os efeitos sobre a saúde cognitiva.

A demência é considerada uma prioridade global de saúde pública pelas Nações Unidas, afetando atualmente cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, número que deverá crescer com o envelhecimento da população.

O estudo foi publicado na revista Nutrients e sugere que, embora comer queijo não seja garantia de prevenção, poderá contribuir para a saúde cerebral como parte de uma dieta equilibrada.

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