O líder do PCP considerou sexta-feira, em Coimbra, que assinalar o poeta Luís de Camões é contribuir para o combate a ideias retrógradas, reacionárias e bafientas que alguns ainda procuram recuperar e difundir na sociedade portuguesa.
Na abertura do concerto “Camões, expressão cultural de um mundo em mudança”, no auditório do Conservatória de Música, inserido no programa do PCP para comemorar o V Centenário do nascimento do autor dos Lusíadas, Paulo Raimundo estabeleceu um paralelismo entre as causas do poeta e as do PCP.
“Comemorar Camões e a sua obra é lembrar sempre que as lutas de hoje pelos salários, pensões e direitos, contra o pacote laboral e pela construção da greve geral, pelo direito à saúde, à habitação, à escola pública e cultura, se inscrevem no mesmo processo histórico de denúncia e combate às injustiças em que Camões, ressalvada a diferença de contexto e de tempo, se inseriu de forma extraordinária”, afirmou.
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O secretário-geral do PCP salientou ainda que assinalar os 500 anos do nascimento de Luís de Camões é “dar voz ao povo por ele sempre exaltado, que lutou para defender a independência nacional e que com as suas mãos contraria sempre, mais cedo ou mais tarde, o conformismo que alguns pretendem impor”.
Perante uma plateia que não encheu o auditório do Conservatório de Coimbra, o líder comunista aproveitou para evocar a revolução do 25 de abril 1974 como “momento maior” do povo português e uma data “que alguns procuram esquecer da memória coletiva para, acima de tudo, por fim às suas conquistas e valores”.
“Essa data maior e única que alguns querem reescrever e substituir por outra qualquer, para consolidar um rumo e uma política aberta que aperta a vida da maioria e concentra a riqueza, benesses e privilégios nas mãos de uns poucos, que se acham donos disto tudo”, enfatizou.
Para Paulo Raimundo, este rumo tem “dezenas de anos” e está agora a ser levado pelo “governo de turno do PSD e CDS”, com uma política apoiada pelo Chega, Iniciativa Liberal e a cumplicidade do PS, colocando Portugal “nas mãos dos grandes grupos económicos das multinacionais”.~
Segundo o dirigente, o rumo seguido pelo Governo apresenta-se com “políticas contrárias à necessidade da maioria dos que vivem e trabalham em Portugal, desinvestimento e ataque ao Serviço Nacional de Saúde, à escola pública e cultura, baixos salários e pensões e brutais dificuldades de acesso à habitação e agravamento da precariedade”.
“Como assinalou Camões, o fraco rei faz fraca a forte gente. E este rumo e esta política submissa perante os poderosos enfraquece o povo e a sua vida”, sublinhou.
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