Primeira Página

Oliveira do Hospital: Quinta das Levadas renasce das cinzas dos incêndios e conquista com natureza pura

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 hora atrás em 21-11-2025

A Quinta das Levadas, em Oliveira do Hospital, propriedade de Raquel Campos Alves, é hoje um dos projetos que melhor reflete a procura crescente pelo turismo de natureza no Centro de Portugal.

A proprietária revelou o conceito e a história deste espaço que alia tranquilidade, ruralidade e conforto.

“É estar o mais próximo do mundo rural e da natureza”, explicou Raquel. “As pessoas, com o dia-a-dia tão extenuante nas grandes cidades, precisam de vir para aqui desconectar e relaxar.” A quinta oferece contacto direto com animais, passeios junto ao rio e um ambiente pensado para proporcionar descanso. “Temos os cavalos, os nossos animais todos e o rio, que é maravilhoso no verão para tomar banho, andar de canoa ou stand-up paddle”, acrescentou.

PUBLICIDADE

Com seis quartos e suítes, duas piscinas e acesso direto ao Rio Alvôco, a Quinta das Levadas desenvolve também um projeto agrícola. “Temos três levadas, uma delas quase como as da Madeira. Aproveitamos ao máximo o espaço agrícola para fazer azeite, fruta e, no futuro, mel. Temos galinhas, já tivemos ovelhas e queremos voltar a ter”, descreveu.

A gastronomia local é outro ponto forte da região, que a proprietária destaca com orgulho. O restaurante da quinta é exclusivo dos hóspedes. Além disso, há planos de expansão. “Se não fosse o incêndio, já teríamos uma sauna nórdica com ofurô para criar um pequeno spa na natureza. Mas será o próximo passo”, revelou.

O espaço atrai sobretudo visitantes urbanos. “O público-alvo é principalmente Lisboa, Porto e Braga. As pessoas chegam aqui e saem revigoradas”, disse Raquel. A quinta recebe também muitos estrangeiros — Países Baixos, Bélgica, Israel, Alemanha e França — além de alguns espanhóis.

Os incêndios continuam a marcar a região. A proprietária recorda com emoção os momentos de aflição vividos recentemente. “Foi muito complicado. Em 2017 já tinha sido assustador, ardeu tudo menos as casas. Desta vez, embora tenhamos ficado com alguns pontos verdes, o fogo chegou mesmo ao final da tarde-noite quase em cima de nós”, relatou.

Com a casa cheia de hóspedes, foi necessário evacuar. “Tive de os acordar às seis e meia da manhã. Houve quem quisesse ficar para ajudar, mas preferimos que fossem para a zona segura”, disse. A quinta esteve encerrada mais de uma semana. “O ar era irrespirável e havia reacendimentos constantes. Não havia condições de segurança nem cabeça para receber ninguém”, lamentou Raquel, recordando que o verão, que costuma ter ocupação acima dos 90%, ficou comprometido.

Apesar das dificuldades, a proprietária mantém o otimismo e o empenho na recuperação. “É um gosto receber quem nos visita. Este espaço é para desconectar, respirar e estar em contacto com a natureza”, concluiu.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE