A Câmara de Coimbra afirmou hoje que o Governo manifestou abertura para se avançar com a criação de uma única autoridade de transportes na região e referiu que é preciso estudar a solução técnica para o efeito.
“Transmiti ao senhor ministro [das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz] aquilo que venho a transmitir desde as eleições, que é a vontade e a necessidade de arranjarmos uma solução institucional que articule estas três autoridades de transportes e os operadores, naturalmente”, disse à agência Lusa a presidente da Câmara, Ana Abrunhosa (PS/Livre/PAN), que reuniu com a tutela na quarta-feira.
De momento, na região de Coimbra, há três autoridades de transportes: Câmara de Coimbra, Comunidade Intermunicipal (CIM) e Estado (através da Metro Mondego e Comboios de Portugal).
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Além da Metro Mondego e Comboios de Portugal, há como operadores na região os Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) e a SIT – Sistema Intermunicipal de Transportes (concessão da rede intermunicipal da CIM à empresa israelita Busway).
A autarca explicou que a existência de três autoridades “não gera eficiência, gera redundâncias”, e congratulou-se pelo acordo e abertura do ministro para se “estudar a solução jurídica e institucional mais adequada” para se ter uma única autoridade de transportes na região.
“Naturalmente que isto também está dependente do acordo dos outros municípios da região”, notou Ana Abrunhosa, defendendo que esta solução seria “mais racional”, quer em termos económicos, quer da prestação do serviço de transportes.
Para a nova presidente da Câmara de Coimbra, é importante haver “apenas alguém a pensar nos transportes de toda a comunidade intermunicipal, integrando todos os municípios”, já que o território “ganharia com uma visão onde todos os municípios participem”.
Na reunião, foi também abordada a questão do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), autocarros articulados em via dedicada, cuja operação preliminar já arrancou e que se espera que a ligação entre Coimbra e Serpins, servindo os concelhos da Lousã e Miranda do Corvo, possa arrancar antes do final do ano.
Segundo Ana Abrunhosa, o município manifestou como prioridades, de momento, assegurar que as empreitadas são concluídas (a linha do Hospital e ligação à estação de Coimbra-B devem terminar em 2026) e que se possam trabalhar as interligações do SMM com a malha urbana da cidade.
“As paragens têm de estar integradas com a cidade e os equipamentos que servem”, notou, referindo que esse trabalho já estava a ser desenvolvido pelo anterior executivo municipal, tendo apresentado ao ministro a necessidade de “alguns investimentos”, como escadas e passagens e outras infraestruturas que assegurem uma melhor ligação do canal urbano do SMM com pontos da cidade de Coimbra.
Para a autarca, é preciso estudar “essa ligação do ‘metrobus’ à cidade”, para assegurar que as pessoas são canalizadas para o seu destino ou para outros meios de transporte.
Sobre o futuro do SMM, Ana Abrunhosa afirmou à Lusa que espera que seja possível, após a conclusão do atual projeto, densificar a rede do ‘metrobus’ dentro da cidade, além de se pensarem em expansões para outros concelhos.
“Para canalizarmos pessoas de outros concelhos através do ‘metrobus’ convém que a malha no concelho e na cidade possa também ir a mais sítios e assegurar condições de interligação. […] O senhor ministro mostrou toda a disponibilidade para se estudar não só a densificação da malha [do SMM] no concelho, como da expansão” a outros concelhos, disse.
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