Na aldeia do Xisto da Cerdeira, na Serra da Lousã, vive desde 2001 António Carlos Andrade, é o único residente permanente neste recanto serrano.
António estava inscrito num curso de agricultura biológica na Lousã quando conheceu a Cerdeira e, pouco depois, ficou a saber que uma propriedade estava à venda.
“Na altura eu andava a dar umas voltas pelas terras, vim me inscrever num curso de agricultura biológica na Lousã e conheci a aldeia por acaso e fiquei.”, conta ao Notícias de Coimbra, explicando que teve “conhecimento de uma propriedade que estava a vender e partiu tudo daí”.
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Decidiu deixar para trás uma carreira musical, dava aulas de guitarra clássica, e abraçar uma nova vida na serra.
O projeto a que António dedicou-se é a “Planta do Xisto”, um viveiro biológico de plantas aromáticas, medicinais e condimentares. Cultiva cerca de vinte espécies diferentes, como alecrim, tomilho-limão, hortelã-pimenta, e lúcia-lima. O cultivo é feito em socalcos montanhosos, com método artesanal e certificação em agricultura biológica.
Para António, este trabalho faz parte de uma visão mais ampla: “a aldeia estava praticamente abandonada, em termos de área agrícola estava completamente abandonada”, lembra. A Planta do Xisto é, para ele, a forma de reconstruir a vida na aldeia, de repovoar o território e de dar valor a um património natural esquecido.
Além da componente agrícola, António cuida também de um bosque de folhosas há mais de duas décadas.
Num tempo em que muitas aldeias do interior são visitadas por turistas, António representa a ligação viva e duradoura entre o campo, a tradição e a inovação.
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