Saúde

Diabetes tipo 1,5: a condição que passa despercebida e que poucos conhecem

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 5 minutos atrás em 18-11-2025

Embora a maioria das pessoas conheça a diabetes tipo 1 e tipo 2, existe uma forma menos conhecida da doença: a diabetes tipo 1,5, também chamada de diabetes autoimune latente em adultos (LADA).

Esta condição apresenta características de ambos os tipos de diabetes, misturando aspetos autoimunes e de resistência à insulina.

Mais recentemente, a diabetes tipo 1,5 ganhou visibilidade quando o cantor Lance Bass, da icónica banda pop americana NSYNC, revelou que foi diagnosticado com a doença.

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Tal como a diabetes tipo 1, a tipo 1,5 ocorre quando o sistema imunológico ataca as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. No entanto, ao contrário da diabetes tipo 1 clássica, a tipo 1,5 desenvolve-se mais lentamente: muitos pacientes não precisam de insulina imediatamente, mas poderão necessitar dela dentro de cinco anos após o diagnóstico, dá conta um estudo publicado no The Conservation.

A diabetes tipo 1,5 surge geralmente em adultos com mais de 30 anos, uma idade superior à típica para a diabetes tipo 1 e inferior à da diabetes tipo 2. Partilha fatores de risco genéticos e autoimunes com a diabetes tipo 1, mas também pode ser influenciada por fatores de estilo de vida, como obesidade e sedentarismo, mais associados à diabetes tipo 2.

Os sintomas variam, podendo ser discretos ou inexistentes. Quando presentes, incluem aumento da sede, micção frequente, fadiga, visão turva e perda de peso não intencional.

O tratamento inicial recorre normalmente a medicação oral para controlar a glicose. Caso os níveis de açúcar no sangue subam, o tratamento evolui para insulina. O controlo regular da glicemia é recomendado, embora não existam ainda diretrizes universalmente aceites para a gestão da diabetes tipo 1,5.

A diabetes tipo 1,5 é muitas vezes diagnosticada erroneamente como tipo 2, como aconteceu com Lance Bass. Estima-se que 5 a 10% dos casos sejam inicialmente confundidos com diabetes tipo 2.

O diagnóstico correto requer testes específicos de anticorpos autoimunes, nem sempre realizados, devido a custos ou desconhecimento. Além disso, a progressão lenta da doença e a produção residual de insulina podem fazer com que se pareça com diabetes tipo 2.

Comparada com a diabetes tipo 1 e 2, a prevalência da tipo 1,5 tem sido menos estudada, especialmente fora de populações europeias. Em 2023, estimava-se que representava cerca de 8,9% de todos os casos de diabetes, valor semelhante ao da diabetes tipo 1.

Um diagnóstico incorreto pode atrasar o início do tratamento adequado, aumentando o risco de complicações. Por isso, é essencial que pessoas com sintomas ou dúvidas sobre o seu diagnóstico consultem um médico e realizem exames adequados.

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