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Inteligência Artificial pode decidir se merece o emprego só pela sua cara

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 44 minutos atrás em 18-11-2025

Imagine ser reprovado numa entrevista de emprego sem dizer uma palavra, apenas porque o seu rosto “não se enquadra” no perfil.

Embora possa parecer um caso de discriminação, um estudo recente da Universidade da Pensilvânia sugere que a inteligência artificial (IA) consegue, de facto, extrair pistas sobre a personalidade e desempenho de uma pessoa apenas a partir das suas características faciais.

A investigação, liderada pelo professor de Finanças Marius Guenzel, baseou-se em dados de 96.000 utilizadores de LinkedIn com MBA, cujas fotografias de perfil foram analisadas para identificar cinco traços de personalidade, conhecidos como “soft skills”: abertura à experiência, conscienciosidade, extroversão, amabilidade e neuroticismo.

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Comparando estas métricas com os percursos profissionais reais dos utilizadores, os investigadores encontraram correlações entre características faciais e sucesso no mercado de trabalho. Por exemplo, a extroversão revelou-se o maior indicador de remuneração, enquanto a abertura à experiência se associou a uma menor probabilidade de receber um salário elevado.

O estudo levanta questões éticas e de privacidade: um algoritmo com este poder poderia, em teoria, decidir se uma pessoa consegue um emprego, um empréstimo bancário ou até alugar um carro, apenas com base na sua aparência. Apesar das implicações controversas, os investigadores defendem que a IA não está a discriminar com base em características protegidas por lei, mas sim a identificar padrões que se correlacionam com o sucesso profissional.

Ainda não se sabe se alguma empresa tecnológica irá aplicar estas conclusões no mundo real. No entanto, à medida que startups exploram soluções baseadas em IA para recrutamento e avaliação de talento, a possibilidade de a aparência facial influenciar oportunidades profissionais não é completamente remota.

O estudo foi recentemente publicado na plataforma SSRN e volta a colocar em debate a linha ténue entre inovação tecnológica e ética no mundo do trabalho.

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