A mãe que tentou matar o filho no hospital pediátrico de Coimbra confessou hoje, 18 de novembro, tudo em Tribunal.
A informação foi avançada em direto para o Notícias de Coimbra pela advogada de defesa da progenitora.
Segundo a advogada, várias motivações levaram a arguida a cometer o crime, destacando-se uma depressão pós-parto não diagnosticada, que se terá agravado com o tempo, e a percepção da mãe de que a criança, devido a problemas de saúde desde o nascimento, “nunca viria a ser totalmente normal”.
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O caso continua a ser analisado pelas autoridades judiciais.
Os dois crimes de tentativa de homicídio qualificado de que é acusada a mãe terão ocorrido entre 31 de dezembro de 2024 e 02 de janeiro de 2025, quando o bebé estava internado no Hospital Pediátrico de Coimbra na sequência dos problemas de saúde que apresentava e após ter sido submetido a um procedimento para proteção das vias aéreas.
De acordo com a acusação a que a agência Lusa teve acesso, a criança é portadora de uma doença genética que leva a perturbações no desenvolvimento intelectual e físico, infeções recorrentes das vias aéreas, anomalias cerebrais e do esqueleto e membros.
Durante o internamento, a mãe da criança acompanhou em permanência o filho, pernoitando, por vezes, na própria sala da unidade de cuidados intensivos em que a vítima estava internada.
Em duas situações durante o internamento do bebé, a arguida é acusada pelo Ministério Público (MP) de desligar o tubo de ventilação colocado na garganta do seu filho e pôr pedaços de algodão e bolas de papel de um livro de sopa de letras no interior da cânula aplicada num orifício junto à traqueia da vítima – objetos que acabaram alojados nos brônquios do bebé.
Na primeira situação, o bebé teve dois episódios de “dessaturação grave” (queda acentuada dos níveis de oxigénio no sangue) e batimento cardíaco lento, e, na segunda situação, a vítima ficou em paragem cardiorrespiratória e sofreu hemorragia pela boca e narinas, tendo sido submetida a manobras de reanimação pela equipa médica.
À data da acusação, em julho, o bebé continuava internado no Hospital Pediátrico, sem alta prevista, acreditando-se que as condutas da mãe poderão ter tido “consequências permanentes” para o desenvolvimento da vítima.
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