Uma terapia genética inovadora está a trazer esperança a crianças que nasceram surdas.
O tratamento, chamado DB-OTO, permitiu que 11 de 12 crianças e adolescentes com surdez congénita passassem a ouvir sons e palavras apenas algumas semanas após a aplicação.
A surdez congénita, provocada por alterações genéticas, afeta cerca de dois em cada mil recém-nascidos. Até agora, muitos dependiam de implantes cocleares para ouvir. Com a nova terapia, seis crianças que não conseguiam ouvir nem um camião em movimento começaram a identificar sussurros e palavras curtas. Três conseguiram recuperar audição completamente normal.
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O DB-OTO funciona através de uma única injeção na cóclea, onde vírus transportam uma cópia funcional do gene OTOF, essencial para a audição. O estudo foi publicado no The New England Journal of Medicine e é o primeiro a aplicar esta técnica em humanos.
A terapia foi desenvolvida pela farmacêutica americana Regeneron, em parceria com investigadores espanhóis liderados por Ignacio del Castillo, que há 20 anos estudam as mutações genéticas associadas à surdez congénita
Os investigadores consideram os resultados um avanço histórico e esperam que o tratamento seja aprovado ainda este ano, oferecendo uma nova esperança para crianças e famílias afetadas desde o nascimento.
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