A Black Friday, apesar de se celebrar a 28 de novembro, marca hoje todo o mês. Os consumidores aproveitam as promoções para antecipar as compras de Natal e investir em produtos de maior valor. Desta forma, a Stratesys,multinacional tecnológica e um hub digital entre a Europa e a América Latina, alerta para o aumento das burlas informáticas e reforça a necessidade de maior vigilância digital por parte de consumidores e empresas.
Segundo o Relatório de Riscos e Conflitos 2025 do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), a burla informática, que inclui a utilização de aplicações de transferência imediata de dinheiro e plataformas de pagamento online, foi o crime informático mais registado, correspondendo a 29,32% de todos os incidentes registados.
“A Black Friday é um momento excelente para os cibercriminosos, não apenas para as marcas e para os consumidores. A combinação de maior atividade comercial e circulação intensa de transações eletrónicas prevê um aumento generalizado de cibercrimes. É fundamental que os utilizadores tenham consciência dos perigos e adotem medidas de precaução, como verificar a autenticidade dos sites, das chamadas e das mensagens recebidas e ficar especialmente atentos a qualquer sinal de fraude”, alerta Tiago Lopes Duarte, Partner da Stratesys em Portugal.
Durante o último trimestre do ano, por via da Black Friday os consumidores são particularmente atingidos por campanhas promocionais, ofertas especiais e descontos variados, sentindo-se mais inclinados a fazer compras e a usar meios de pagamento digitais, como cartões de débito, crédito e MB Way.
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“É um momento de intensa pressão comercial. Os ciberdelinquentes aproveitam-se desta época de grande fluxo de compras para lançar ataques de diferentes tipos. Levam os consumidores a cair em golpes, porque estes não têm tempo ou literacia suficiente para confirmar a autenticidade dos produtos e das fontes antes de realizarem os pagamentos, refere Javier Castro, Diretor de Cibersegurança da Stratesys.
Os ataques combinam diferentes formas de fraude e burla: emails falsos (phishing), mensagens de texto enganadoras (smishing) e chamadas telefónicas fraudulentas (vishing). A utilização da inteligência artificial para cibercrimes é outra tendência a nível europeu, através da criação de cópias e links de sites legítimos, endereços web alterados de forma quase impercetível, uma técnica conhecida como typosquatting, e recurso a conteúdo multimédia deepfake, tornando ainda mais difícil para os consumidores distinguirem o que é verdadeiro do que é falso.
Tem-se registado uma crescente proliferação de sites fraudulentos e perfis nas redes sociais, nomeadamente no Instagram, que usam a identidade de certas marcas e lojas online com o intuito de enganar os consumidores para fazerem transações fraudulentas. Em muitos casos, o utilizador realiza uma compra, efetua o pagamento num “e-commerce” falso e acaba por não receber a sua encomenda, não tendo sequer a quem recorrer para fazer uma reclamação.
Por este motivo, as marcas e lojas online devem monitorizar de forma ativa a utilização indevida da sua identidade e denunciar sites falsos, de forma a protegerem os seus clientes deste tipo de fraude.
Os consumidores devem, antes de efetuarem qualquer pagamento, verificar cuidadosamente a legitimidade das plataformas.
Têm sido reportados diversos casos de fraude telefónica e mensagens instantâneas em que os cibercriminosos se fazem passar por familiares das vítimas. No esquema conhecido como “Olá Pai, Olá Mãe”, por exemplo, os autores assumem a identidade de um filho ou parente próximo, solicitando o envio de dinheiro.
Segundo o mesmo relatório, este esquema teve um aumento de 326%. O vishing (phishing através de chamada telefónica), de forma geral, contou com cerca de 170 incidentes (18,31% do total), o que representa um aumento de 136%.
Estas ciberameaças, que se baseiam em técnicas de persuasão e na construção de histórias credíveis, têm como objetivo aceder a informação e induzir as vítimas a realizar transferências bancárias.
Dada a vulnerabilidade que antecede a época festiva, a Stratesys destaca um conjunto de práticas simples que podem ajudar a reduzir o risco de exposição a fraudes durante o período de promoções.
Sublinha-se a importância de verificar sempre se o site ou a conta de redes sociais onde se vai efetuar a compra corresponde à loja legítima e não se trata de uma falsificação. O consumidor deve também desconfiar de ofertas recebidas por e-mail ou redes sociais, não partilhar dados pessoais ou bancários por SMS ou chamadas não solicitadas, criar palavras-passe fortes, evitar o acesso a redes Wi-Fi públicas e denunciar qualquer suspeita às autoridades competentes.
Durante este período, em que se regista um aumento significativo de tráfego online e uma intensificação de campanhas promocionais, os consumidores e as empresas devem estar particularmente atentos e apostar em medidas preventivas que garantam a segurança de todas as operações.
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