Vários estados norte-americanos, incluindo Maryland, Virgínia, Tennessee e Wisconsin, registaram surtos da doença mão-pé-boca neste outono, um vírus altamente contagioso que afeta sobretudo crianças menores de 5 anos, mas que também pode provocar sintomas em crianças mais velhas e adultos.
Segundo Allison Agwu, professora de doenças infecciosas da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, “os casos deste ano parecem estar fora de controlo”. Em Maryland, por exemplo, o número de infeções é entre quatro a cinco vezes superior ao do mesmo período do ano passado.
De acordo com Matthew Thomas, especialista em doenças infecciosas pediátricas, os surtos de mão-pé-boca ocorrem geralmente em ciclos: “Em alguns anos vemos muitos casos, como estamos a observar este ano, e depois a situação melhora, sem que se ouça falar do assunto por algum tempo”, pode ler-se no HuffPost.
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A doença mão-pé-boca é causada por vírus da família dos enterovírus e caracteriza-se por bolhas na boca, mãos e pés. Inicialmente, podem surgir sintomas semelhantes aos de uma gripe comum, como febre e mal-estar.
“As bolhas na boca surgem geralmente na parte posterior da garganta e podem ser bastante dolorosas”, explica Jennifer Duchon, do Hospital Mount Sinai, em Nova Iorque. Nas mãos e pés, a erupção manifesta-se como pequenas protuberâncias vermelhas, que podem descamar à medida que o vírus desaparece. Em casos extremos, as unhas podem mesmo cair.
A doença é extremamente contagiosa, sendo transmitida por gotículas respiratórias, contacto com líquidos das bolhas, superfícies contaminadas e fezes. Para prevenir a propagação, é fundamental que crianças e adultos infectados se mantenham isolados e pratiquem uma higiene rigorosa das mãos.
A maioria dos casos resolve-se em casa, com cuidados sintomáticos como medicação para febre e hidratação adequada. Não existem antibióticos para o tratamento, dado tratar-se de uma infeção viral. Em casos de sintomas graves, dificuldades em hidratar-se ou alimentar-se, é recomendada avaliação médica.
Em raras situações, a doença pode afetar o coração, provocando cansaço extremo ou dificuldades respiratórias. Pais e cuidadores devem redobrar a atenção e procurar assistência médica se surgirem sinais preocupantes.
“Para prevenir infeções, lavar as mãos frequentemente com água e sabão é essencial. Evitar tocar no rosto e manter distância de pessoas doentes também ajuda a reduzir o risco”, acrescenta Agwu. Desinfetantes à base de álcool podem ser úteis fora de casa, mas a lavagem adequada das mãos continua a ser a forma mais eficaz de prevenção.
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