Um vídeo que mostra uma suposta técnica “milagrosa” para adormecer bebés em apenas 12 segundos tem conquistado milhões de visualizações nas redes sociais.
A promessa de um sono rápido e sem esforço soa tentadora para qualquer pai ou mãe exaustos, mas os especialistas pedem cautela: o método pode não ser seguro.
No vídeo, uma mãe é vista a acariciar o rosto do seu bebé, deitado de barriga para baixo, com movimentos suaves e repetitivos. Em poucos segundos, o pequeno parece adormecer profundamente. O gesto simples e a rapidez do resultado levaram inúmeros pais a experimentar a técnica e a partilhar as suas próprias versões, multiplicando o fenómeno online.
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No entanto, o sucesso viral não substitui o aconselhamento profissional. A osteopata pediátrica Marie-Ange António, da Power Clinic, analisou o vídeo e deixou um aviso claro: “Estar nessa posição e com a cabeça em extensão, contra a gravidade, requer um esforço que não é compatível com o relaxamento necessário para um sono tranquilo. É possível que o bebé adormeça apenas por exaustão, e não por conforto”, explica.
A especialista sublinha ainda que este tipo de técnica pode representar riscos físicos. “Virar a cabeça do bebé de forma rápida ou mantê-lo de barriga para baixo exige destreza e sensibilidade. Qualquer movimento brusco pode ser desconfortável e até perigoso”, alerta.
Segundo Marie-Ange António, muitos bebés acabam por adormecer em posições pouco recomendáveis quando estão extremamente cansados, o que pode dar uma falsa sensação de eficácia. “Não é um método que deva ser replicado, nem considero que seja seguro ou adequado”, acrescenta.
Como alternativa, a especialista defende abordagens mais suaves e naturais: acolher o bebé, embalá-lo com movimentos lentos e oferecer contacto físico são estratégias mais seguras e eficazes para acalmar o sistema nervoso e promover o relaxamento. “Cada bebé é único, e o importante é criar um ambiente de conforto e segurança, não apenas fazê-lo dormir rapidamente”, conclui.
A lição é simples: quando o tema é o sono dos mais pequenos, nem tudo o que se torna viral deve ser tomado como verdade. O instinto parental e o aconselhamento profissional continuam a ser as melhores “técnicas” para garantir noites tranquilas — e seguras.
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