Saúde

Adoçante “inofensivo” afinal pode aumentar risco de AVC

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 6 horas atrás em 07-11-2025

Imagem: depositphotos.com

Presente em bebidas energéticas, barras de proteína e até produtos “sem açúcar”, o eritritol tem sido vendido como uma alternativa segura ao açúcar. Mas novas descobertas científicas estão a lançar uma sombra sobre essa fama.

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Um estudo da Universidade do Colorado indica que o adoçante pode danificar células da barreira hematoencefálica — o “escudo” que protege o cérebro contra substâncias nocivas — e aumentar o risco de coágulos, AVC e doenças cardíacas.

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Os investigadores expuseram células cerebrais a níveis de eritritol semelhantes aos encontrados no sangue depois de consumir uma bebida adoçada com o composto. O resultado? Um “ataque químico” às células, causado por stress oxidativo e radicais livres, que comprometeu a sua capacidade de funcionar — e até as matou, pode ler-se na Science Alert.

Mais preocupante ainda, o eritritol interrompeu o sistema natural que regula o fluxo de sangue no corpo, reduzindo o óxido nítrico (que relaxa os vasos) e aumentando a endotelina-1 (que os contrai). O resultado: vasos sanguíneos mais rígidos e maior risco de AVC isquémico.

O adoçante parece também bloquear o mecanismo natural que dissolve coágulos, deixando o sangue mais propenso a entupimentos perigosos. “É como desligar o sistema de emergência do corpo”, explicam os investigadores.

Estudos anteriores já tinham ligado o eritritol a maior probabilidade de ataques cardíacos e derrames. Pessoas com níveis elevados desta substância no sangue apresentaram até o dobro do risco de sofrer um evento cardíaco grave.

Ao contrário do aspartame ou da sucralose, o eritritol é um álcool de açúcar produzido naturalmente em pequenas quantidades pelo corpo — algo que lhe deu uma reputação “saudável” e o afastou das críticas dirigidas aos adoçantes artificiais.

Mas este novo estudo mostra que “natural” não é sinónimo de “seguro”. Mesmo aprovado pela Agência Europeia de Segurança Alimentar e pela FDA nos EUA, o eritritol pode esconder riscos sérios, sobretudo para quem o consome regularmente em produtos “sem açúcar” ou “keto friendly”.

A descoberta levanta uma questão inquietante: será que trocar o açúcar por adoçantes “naturais” é realmente uma escolha saudável? Enquanto o eritritol ajuda a reduzir calorias e controlar a glicemia, pode estar, silenciosamente, a fragilizar as defesas do cérebro e o coração.

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