Economia

Adeus desconto? Combustíveis vão pesar ainda mais na carteira em 2026

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 horas atrás em 06-11-2025

Imagem: depositphotos.com

O desconto temporário no Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), criado em 2022 para amortecer o impacto da subida do petróleo acima dos 120 dólares por barril, está prestes a desaparecer.

PUBLICIDADE

publicidade

Três anos depois, a Comissão Europeia exige o fim desta medida extraordinária, e o Governo português já confirmou que a reversão vai acontecer de forma gradual, para evitar “choques de um dia para o outro”.

PUBLICIDADE

Não há ainda uma data fixa para o fim do desconto, mas o tema está ligado ao Orçamento do Estado de 2026. A ideia é retirar o incentivo em semanas de descida natural dos preços dos combustíveis, de forma a “anestesiar” o impacto no consumidor.

Além do ISP, a atualização da taxa de carbono está prevista para 2026, o que, em conjunto, pode representar um acréscimo de receita para o Estado de 1.132 milhões de euros. A consequência direta é uma maior carga fiscal sobre o setor e, inevitavelmente, sobre os consumidores, relata o Leak.

Apesar do petróleo estar atualmente a rondar os 60 dólares por barril — bem abaixo do valor recorde de 2022 — é precisamente este alívio que Bruxelas utiliza para exigir o fim do desconto: a medida temporária foi criada para enfrentar um choque no mercado, e esse choque já passou.

Os cálculos apontam para uma subida potencial de preços até 10% se a reversão for feita de forma abrupta, cenário que o Governo pretende evitar. A estratégia em análise passa por ajustar o desconto em pequenas fases, acompanhando as descidas naturais do mercado.

Portugal continua a pagar mais na bomba devido à elevada carga fiscal, que mantém o país acima da média europeia. Com o fim do desconto, a diferença em relação à União Europeia pode aumentar.

Os especialistas e associações do setor, como o ACP, recomendam algumas medidas para reduzir o impacto no bolso: abastecer de forma planeada, acompanhar os preços semanais da ERSE e alterar de posto quando necessário; manter o carro bem afinado, com filtros e pressão corretos, o que pode reduzir consumos entre 3% e 8%; conduzir de forma suave, evitando arranques bruscos e utilizando cruise control, poupando até 15%; e, para quem percorre muitos quilómetros, avaliar a viabilidade de veículos GPL, HEV ou PHEV.

Com estas estratégias, mesmo com a subida gradual do ISP e da taxa de carbono, é possível mitigar o impacto nas finanças domésticas, enquanto o Governo tenta equilibrar as exigências de Bruxelas e a proteção do poder de compra dos portugueses.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE