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2025 deverá ser o segundo ou terceiro ano mais quente de que há registo
Imagem: depositphotos.com
O ano de 2025 deverá ser o segundo ou terceiro ano mais quente de que há registo, anunciou hoje a Organização Meteorológica Mundial (OMM), numa conferência de imprensa na Cimeira do Clima de Belém, no Brasil.
“A sequência alarmante de temperaturas excecionais continuou em 2025, que deverá ser o segundo ou terceiro ano mais quente de que há registo” refere um comunicado da OMM sobre o relatório Estado do Clima Global 2025, apresentado hoje na cimeira de líderes que antecede a 30.ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que irá decorrer em Belém, na amazónia brasileira, entre 10 e 21 de novembro.
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Este ano, a temperatura média global junto à superfície entre janeiro e agosto foi de 1,42 graus Celsius (°C), acima da média pré-industrial (ponto de referência para a temperatura média global da superfície da Terra), ligeiramente mais baixa que os 1,55ºC registados em 2024, de acordo com o relatório da OMM.
As concentrações de gases com efeito estufa e o calor armazenado nos oceanos, que atingiram níveis recorde no ano passado, continuaram a aumentar em 2025, refere o comunicado da OMM.
O ano de 2024 ultrapassou pela primeira vez o limite de 1,5°C acima do nível pré-industrial e foi também o ano mais quente de que há registos, informou, em janeiro, o serviço europeu de observação da Terra Copernicus.
O comunicado refere ainda que a extensão do gelo marinho no Ártico foi a mais baixa de que há registo, após o congelamento no inverno, sublinhando que a extensão do gelo marinho na Antártida foi muito inferior à média durante todo o ano.
A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, disse, citada no comunicado, que com o aumento das temperaturas e dos níveis dos gases com efeito estufa “será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5°C nos próximos anos”.
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou que cada ano acima de 1,5 ºC “prejudicará as economias, aprofundará as desigualdades e causará danos irreversíveis” no planeta, citado em comunicado.
Os últimos três anos foram os mais quentes de que há registo, segundo o relatório, que refere que o fenómeno oceanico-atmosférico ‘El Niño’ contribuiu para o aumento das temperaturas globais durante 2023 e 2024.
O ‘El Niño’ é o fenómeno natural e cíclico de aquecimento das águas superficiais no Oceano Pacífico, afetando o clima regional e global e alterna com o ‘La Niña’, associado ao arrefecimento do Pacífico.
O relatório revelou também que o conteúdo de calor dos oceanos continuou a aumentar em 2025, acima dos valores recorde de 2024.
As taxas de aquecimento oceânico mostram um aumento particularmente acentuado nos últimos 20 anos, indicando a rapidez com que o sistema terrestre está a reter o excesso de energia sob a forma de calor, segundo a OMM.
O aquecimento oceânico leva a consequências como a degradação dos ecossistemas marinhos e a intensificação das tempestades tropicais e subtropicais, acelerando a perda de gelo marinho nas regiões polares e a subida do nível do mar.
Os últimos 11 anos terão sido individualmente os 11 anos mais quentes em todo o registo de observações de 176 anos, segundo o documento.
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