Apenas 31 municípios, localizados sobretudo na Grande Lisboa e na Área Metropolitana do Porto, registaram em 2023 um poder de compra superior à média nacional, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com o Estudo do Poder de Compra Concelhio do INE relativo a 2023, o indicador per capita de poder de compra (IpC) manifestado nos municípios em Portugal foi superior à média nacional em 31 dos 308 municípios.
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“Em 2023, 23 municípios (7% do total) concentravam cerca de 50% do poder de compra nacional, e 65 municípios (21% do total) concentravam cerca de 75% do poder de compra nacional. Estes resultados suportam a leitura de que o poder de compra se encontra associado à dimensão urbana dos municípios, sendo territorialmente muito concentrado”, realçou ainda o INE.
Os resultados do IpC para 2023 demonstram que o índice foi superior no continente (100,6), comparativamente com as duas regiões autónomas, onde o valor atingiu 87,6 nos Açores e 88,1 na Madeira.
Dos municípios com maior poder de compra, seis localizavam-se na Grande Lisboa (constituída por nove municípios) e outros seis na Área Metropolitana do Porto (constituída por 17 municípios).
O município de Lisboa apresentava o indicador ‘per capita’ de poder de compra mais elevado (181,3), seguido dos municípios do Porto (162,2) e Oeiras (150,1).
Além destes, destacavam-se na Grande Lisboa o município de Cascais (117,5), e na Área Metropolitana do Porto os municípios de Matosinhos (119,6) e São João da Madeira (111,5).
Outros valores acima da média nacional foram também verificados em municípios capitais de distrito, com destaque para Coimbra (118,8), Aveiro (117,8), Faro (113,3) e Évora (111,5).
“No conjunto do território nacional, 106 municípios (34% do número total de municípios) apresentavam valores de IpC inferiores a 75, e 10 municípios tinham valores inferiores a 65”, realçou o INE, destacando ainda que, destes 10 municípios com menor IpC, dois pertencem à Madeira, sete à região Norte e um à região Centro (Beira Baixa).
Relativamente ao desempenho neste indicador tendo em conta as 26 sub-regiões NUTS III portuguesas, apenas a Grande Lisboa (127,6) e a Área Metropolitana do Porto (106,0) registavam valores acima da média nacional.
Os menores valores situavam-se em sub-regiões do Norte e do Centro, designadamente Alto Tâmega e Barroso (73,9), Tâmega e Sousa (76,3), e Douro (79,8), onde o IpC médio não atingia 80% do valor médio nacional.
Seguiam-se as sub-regiões Beiras e Serra da Estrela (81,8), Terras de Trás-os-Montes (81,9), Alto Minho (82,3), Viseu Dão Lafões (84,7) e Beira Baixa (84,9).
Ainda ao nível regional, o INE destacou que as regiões NUTS II do Norte (com 32,6%) e da Grande Lisboa (com 25,5%) concentravam em conjunto mais de metade da percentagem de poder de compra (PPC) nacional verificada em 2023.
“Para este resultado contribuíram, de forma decisiva, além da Grande Lisboa, a Área Metropolitana do Porto (18,0%)”, uma vez que estas “duas sub-regiões reunidas perfaziam 43,5% da PPC nacional, que compara com a concentração de 36,9% em termos de população residente que ambas representam”, sublinhou o instituto de estatística.
O Estudo do Poder de Compra Concelhio do INE caracteriza os municípios portugueses sob o ponto de vista do poder de compra, a partir de indicadores como o Indicador per Capita de poder de compra (IpC), a Percentagem de Poder de Compra (PPC), o indicador derivado do IpC e o Fator Dinamismo Relativo (FDR).
Os dados estão disponíveis em https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=707479467&DESTAQUESmodo=2.
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