Uma descoberta recente num mosteiro bizantino perto da Cidade Velha de Jerusalém sugere que mulheres participavam de formas extremas de ascetismo cristão, desafiando a ideia de que essas práticas eram exclusivas de homens.
O ascetismo extremo, documentado desde o século II, envolvia atos de autoflagelação, jejum e até acorrentarem-se, voluntariamente, a rochas.
No entanto, um estudo publicado no Journal of Archaeological Science identificou vestígios de uma praticante feminina. Os restos mortais, encontrados numa cripta danificada por fatores naturais, incluíam apenas três vértebras e um dente. Apesar da degradação, a equipa de Paula Kotli utilizou uma técnica inovadora de análise da proteína do esmalte dentário, a amelogenina, para determinar o sexo do indivíduo.
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“Não foi encontrada a amelogenina ligada ao cromossomo Y, o que sugere fortemente que o dente pertencia a uma mulher”, explicou a equipa do estudo. A descoberta indica que mulheres também se envolviam em práticas extremas, ampliando a compreensão histórica sobre o ascetismo cristão primitivo.
A descoberta reforça a importância de novas metodologias científicas, como a análise proteica, para compreender melhor o passado religioso e cultural da humanidade.
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