O Livre oficializou hoje o apoio à candidatura presidencial do deputado Jorge Pinto, depois de uma consulta interna não vinculativa na qual o dirigente obteve 67% dos votos de militantes.
De acordo com fonte oficial do partido, a decisão foi aprovada na Assembleia do Livre – órgão máximo entre congressos – na noite de sexta-feira, com apenas uma abstenção.
Em comunicado, o Livre salienta que esta decisão foi tomada “após a consulta mais participada de sempre entre membros e apoiantes” do partido, na qual mais de dois terços dos votantes manifestaram apoio à candidatura de Jorge Pinto, enquanto 17,6% preferiam António José Seguro.
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“Com este apoio, o Livre reafirma uma vez mais o seu compromisso com uma esquerda livre, democrática e participativa, que defende uma sociedade mais justa, sustentável e solidária”, lê-se no comunicado.
Para o partido liderado por Rui Tavares e Isabel Mendes Lopes, “a área política da esquerda deve ser reforçada nestas eleições presidenciais” e, “dado o impacto das candidaturas da extrema-direita e centro-direita, é urgente apoiar uma candidatura que viabilize um debate à esquerda”.
“Entendemos igualmente que as candidaturas apresentadas até ao momento e identificadas como do campo da esquerda não representam a área política do Livre: progressista, ecologista e europeísta”, sustenta o partido, depois de à esquerda terem avançado nomes como António José Seguro, Catarina Martins ou António Filipe.
O Livre argumenta que Jorge Pinto “tem provas dadas na representação dos valores e ideais do Livre” e a sua candidatura “permitirá ao espaço político representado pelo partido e a todas as pessoas que têm confiado nele, ter uma intervenção direta no debate presidencial, dando voz à nossa visão para uma presidência da república progressista e humanista”.
De acordo com os dados divulgados pelo Livre na sexta-feira, à pergunta “deve o Livre apoiar a candidatura do membro Jorge Pinto” a Presidente da República, 67,3% (819 votos) dos membros responderam afirmativamente, 21,31% opuseram-se.
Nestes dados, o Livre não inclui os votos em branco no cálculo final das percentagens, numa metodologia, de acordo com o partido, semelhante à que é seguida na contabilização dos resultados das presidenciais. Porém, incluindo os 277 votos em branco na pergunta sobre o apoio a Jorge Pinto, a percentagem de votos favoráveis cai de 67,3% para 54,8%.
Sobre se o partido deveria apoiar um candidato do seu espaço político, com 78,69% a responder afirmativamente e 21,31% negativamente. Questionados sobre se o Livre deve apoiar uma candidatura de outra área política, 35,7% responde que “sim” e e 64,3% discorda.
O partido questionava também que candidatura de outra área política o Livre deveria apoiar, sendo o antigo líder do PS António José Seguro o nome mais votado, mas 66,2% dos militantes optaram por não indicar qualquer outro nome.
Seguro reuniu a preferência de 17,63% dos votantes, seguido de António Filipe (8,47%) e Catarina Martins (4,90%).
Em nenhuma destas percentagens, o Livre inclui os votos em branco, que foram 138 na questão sobre se o partido deve apoiar alguém do seu espaço político e 259 sobre se devem apoiar uma candidatura de outra área política. Houve também 65 votos nulos na questão sobre que outro candidato deveria o partido apoiar.
Jorge Pinto, 38 anos, apresenta hoje à tarde a sua candidatura em Amarante, no Porto, concelho de onde é natural.
Formado em Engenharia do Ambiente, é também doutorado em Filosofia Social e Política, com uma tese sobre “republicanismo, ecologia e pós-produtivismo”.
Esteve envolvido na fundação do Livre, integrando a atual direção (Grupo de Contacto), e é deputado na Assembleia da República desde 2024.
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