Justiça
“Se o Afonso estivesse cá, lutaria por outros Afonsos”: o grito de um pai em busca de justiça
O desespero transformou-se em força. Paulo Gonçalves perdeu o filho, Afonso, de 21 anos, vítima de um atropelamento mortal na chamada “passadeira da morte”, na Avenida dos EUA, em Lisboa. Agora, luta para que o nome do filho não seja esquecido, e para que nenhuma outra família passe pela mesma dor.
O acidente aconteceu a 8 de setembro. Afonso atravessava a passadeira com o sinal verde para os peões quando foi colhido por um táxi. O condutor, em liberdade condicional e com antecedentes por crimes rodoviários, passou o vermelho, ultrapassou dois carros parados e projetou o jovem a 17 metros de distância.
Minutos antes, Afonso tinha falado com a mãe, um telefonema que, sem saber, seria o último.
PUBLICIDADE
Em entrevista a Júlia Pinheiro, o pai recordou o momento em que recebeu a notícia e criticou a forma como foi tratado pelos profissionais de saúde.
“Senti a mesma empatia que teria sentido se a notícia tivesse sido dada por uma estante do IKEA”, afirmou, visivelmente emocionado.
A dor deu lugar à ação. A família criou um movimento nas redes sociais e uma petição pública que defende o agravamento das penas por omissão de auxílio em casos de atropelamento.
“Esta é a nossa maneira de fazer o luto. O Afonso lutaria por outros Afonsos”, disse Paulo Gonçalves.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE