Educação

Jovens passam 3 horas por dia online e 20% não reconhecem notícias falsas

Notícias de Coimbra | 5 horas atrás em 21-10-2025

Os jovens portugueses entre os 12 e os 17 anos passam, em média, 3.4 horas por dia na internet e muitos admitem não saber quando estão perante fake news.

São estas algumas das conclusões do estudo realizado pela Euroconsumers – organização europeia de defesa dos consumidores de que faz parte a DECO PROteste – que, entre os dias 3 e 7 de julho, inquiriu mais de três mil jovens, em Portugal, Espanha, Itália, Bélgica e Polónia, com o objetivo de perceber o impacto da utilização da Internet na sua vida. Em Portugal, o estudo foi levado a cabo pela DECO PROteste, que deu a palavra a mais de 600 jovens.

De acordo com o estudo, as redes sociais, utilizadas por 94% dos inquiridos, surgem apenas em quinto lugar no ranking de atividades online. A atividade mais referida (por 67% dos jovens) foi o “contacto com amigos e familiares”, seguida de “aprender algo novo” (60%), e “ouvir música” (58%).

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Os jovens portugueses passam, em média, 3.4 horas por dia ligados à internet, mais do que a média dos restantes países analisados (3.2 horas). E um terço dos jovens admite passar mais do que quatro horas por dia na internet.

Mas, contrariando a ideia de que a vida dos adolescentes se resume aos ecrãs, o estudo mostra que a maioria participa regularmente em atividades offline: quase 100% convivem com a família e amigos e 82% praticam desporto. Dedicar tempo às artes ou a aprender uma língua estrangeira também é uma opção para 69% dos inquiridos. A aprendizagem de um instrumento musical (49%) ou o voluntariado (34%) também integram as ocupações dos jovens fora da Internet.

“Este estudo mostra que os jovens vivem num equilíbrio constante entre o mundo online e offline. É fundamental que pais, educadores e decisores políticos promovam literacia digital e ferramentas que ajudem os adolescentes a navegar de forma segura e consciente, sem perder as oportunidades que a Internet oferece”, afirma Nuno Figueiredo, da DECO PROteste. 

Apesar de passarem horas ligados à Internet e de estarem até familiarizados com a Inteligência Artificial (IA) generativa – 98% conhecem estas ferramentas e 68% lidam com elas –, muitos jovens relevam dificuldades em distinguir conteúdos verdadeiros de falsos: 45% conseguem saber às vezes o que é uma notícia falsa, 38% um texto, 36% uma imagem e 39% um vídeo. Entre os que não conseguem, de todo, identificar fake news estão quase 20% dos jovens.

A par desta fragilidade, a consciência dos jovens sobre o papel dos algoritmos na definição do que veem online é limitada: mais de 30% acreditam que não existe um algoritmo, que conhece os seus dados pessoais, a regular o seu feed nas redes sociais.

Os principais resultados do estudo evidenciam que, apesar de estarem profundamente integrados no mundo digital – ao ponto de a fronteira entre o online e o offline se tornar quase impercetível – muitos jovens ainda carecem de competências críticas para identificar conteúdos falsos e compreender o papel dos algoritmos na definição do que veem.

A DECO PROteste sublinha a importância de estudos como este, considerando-os fundamentais para se compreender os desafios que os jovens enfrentam e para orientar políticas e iniciativas que os preparem para um uso mais seguro, consciente e equilibrado da internet, potenciando os benefícios e minimizando os riscos do ambiente digital.

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