Comer vários kiwis por dia pode ajudar a aliviar a constipação e é uma abordagem mais eficaz do que se concentrar apenas numa dieta rica em fibras, de acordo com novas orientações para médicos publicadas recentemente.
As recomendações, produzidas por investigadores do King’s College London, indicam que beber água rica em minerais é mais benéfico do que a água da torneira e que suplementos de óxido de magnésio podem melhorar os sintomas, incluindo dor abdominal, inchaço e dificuldade para evacuar.
A constipação intestinal persistente afeta cerca de uma em cada 10 pessoas e pode ter um impacto significativo na qualidade de vida. Segundo o NHS, considera-se constipado quem evacua menos de três vezes por semana ou com menor frequência do que o habitual, incluindo situações em que existe esforço para evacuar ou sensação de não esvaziamento completo do intestino.
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De acordo com Eirini Dimidi, principal autora do estudo, a melhor abordagem é focar-se primeiro em frutas e líquidos, antes de recorrer a probióticos ou tentar diferentes tipos de fibras. Ela recomenda, por exemplo, comer dois ou três kiwis ao longo do dia ou 8 a 10 ameixas secas, que ajudam a aumentar o volume das fezes e a estimular o intestino, além de amolecerem as fezes pelo aumento do conteúdo de água.
Mesmo sem casca, o kiwi mantém a sua eficácia, embora não haja mal nenhum em consumir a fruta inteira. Outros alimentos, como pão de centeio, também podem ter efeito semelhante.
Quanto à água, a especialista refere que a água mineral é preferível à água da torneira, pois o mineral magnésio tem um efeito laxante comprovado. Suplementos de óxido de magnésio demonstraram trazer benefícios significativos na redução dos sintomas da constipação.
Sobre os probióticos, as novas diretrizes sugerem que algumas cepas podem melhorar determinados sintomas, mas reconhecem que ainda há falta de investigação sobre muitas das variedades disponíveis.
Até agora, as orientações médicas para o tratamento da constipação estavam desatualizadas, centrando-se principalmente em mais fibras e líquidos. As novas recomendações baseiam-se em 75 ensaios clínicos, analisados por um painel de especialistas, e permitem aos profissionais de saúde fornecer conselhos mais eficazes e baseados em evidências.
O professor Kevin Whelan, autor sénior do estudo, considera que estas diretrizes representam um passo promissor para capacitar médicos, nutricionistas e pacientes a controlar a constipação de forma mais natural e eficaz, melhorando o bem-estar e a qualidade de vida.
O projeto foi financiado pela British Dietetic Association e as orientações foram publicadas no Journal of Human Nutrition & Dietetics citado pela BBC.
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