Coimbra

Pedro Chagas Freitas faz “milagre” no Hospital Pediátrico de Coimbra

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 6 horas atrás em 20-10-2025

Imagem: Facebook

O escritor Pedro Chagas Freitas doou mais de 10 mil euros em material ao Hospital Pediátrico de Coimbra, onde o filho, Benjamim, esteve internado em 2024 devido a um grave problema de saúde que exigiu um transplante de fígado.

A iniciativa resulta da venda do seu livro O Rei Tigão, cujos direitos de autor foram integralmente destinados a esta causa. “Carrinhos de bebé, sofás-cama, mesas de apoio, espreguiçadeiras, carrinhos para dar banho, torres para transporte de soro e de medicação, balanças, televisões, micro-ondas, camas dobráveis — é isto, e ainda mais, o que vamos oferecer”, escreveu o autor nas redes sociais.

Pedro Chagas Freitas sublinha que a doação é um gesto coletivo, feito possível pelos leitores do livro: “Este dinheiro não é meu. É de cada pessoa que comprou O Rei Tigão. Foram os leitores que fizeram esta doação. Eu carreguei a história, vocês carregaram o gesto.”

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O autor recordou com emoção o período em que o filho esteve internado, agradecendo ao hospital e aos profissionais de saúde: “Naquele hospital fomos tratados como reis. Que feliz fico por podermos dar de volta o que conseguimos dar. Dar a quem se deu tanto ao nosso filho é a melhor forma de receber.”

A entrega do material estava marcada para o dia 19 de outubro, às 14:00, no Hospital Pediátrico de Coimbra, numa sessão que o autor quis transformar num momento de alegria e ternura. A ação conta com o apoio da associação Hepaturix, que dá apoio a crianças com doenças hepáticas.

O momento foi também marcado por uma festa emocionante, com a participação de músicos que se ofereceram de coração: “Sou fascinado por pessoas gigantes. Estas duas pessoas são gigantes. São gigantes músicos, são gigantes pessoas. Sou fã deles desde ontem. Estiveram na festa de celebração no Hospital Pediátrico de Coimbra, não cobraram nada e deram tudo”, escreveu o autor.

Bessa e Figueiredo animaram o hospital, cantaram e transformaram o espaço num verdadeiro palco de alegria: “Foram lindos por lá. São grandes os que não sentem pequeno, só isso. Cantaram, animaram, puseram o hospital a saber que a alegria também se ouve. Ouçam-na em casa, na rua, até no hospital. Ouçam-nos a eles. Pesquisem por Bessa e Figueiredo, sigam-nos, aplaudam-nos, dêem-lhes mimo. Eles merecem. Merecem muito. Encheram o Pediátrico de Coimbra de mimo. Não os esquecerei. O Benjamim adorou-os. Ele não costuma falhar nas avaliações que faz.”

O cheque e o material já estão entregues e estarão ainda esta semana ao dispor das famílias das crianças hospitalizadas. “A festa não foi bonita; foi um milagre. Juntar enfermeiros, médicos, staff hospitalar, pais, leitores, artistas, para celebrar a alegria que pode existir num hospital é uma lição que não esquecerei”, afirmou Pedro Chagas Freitas.

O escritor defende a importância de tornar públicos os gestos de bondade: “Eu acredito que o bem, ainda mais nos dias de hoje, deve ser divulgado. Profusamente divulgado. Tudo o que inspire a fazer algo que ajude os outros deve ser conhecido, amplificado. Não tenho vergonha. Tenho um orgulho desmedido de tudo isto. Quero que outros saibam o que é ter esse orgulho e não essa vergonha. Para os profetas da raiva que advogam que gestos destes deveriam ser anónimos, deixo um facto: foram muitas, muitas pessoas que decidiram fazer doações às mais variadas instituições de solidariedade, espalhadas por Portugal e não só, depois de conhecerem esta minha doação.”

Para o escritor, esta ação não é apenas solidariedade, é humanidade: “O que obriga a olhar para o lado bom do que estamos todos a fazer deve ser bem ruidoso: deve fazer barulho, ofuscar a maldade que anda por aí. Se fizeram o bem, não tenham vergonha de o expor; tenham orgulho, tenham a vaidade boa de quem acredita estar do lado certo de tudo isto. É dessa massa de pessoas que se faz o muro que nos protege da maldade. Obrigado a todos por cada pedaço de cimento, por cada tijolo, que deram. Não deixem nunca de construir, por favor.”

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