Cientistas do Reino Unido criaram uma banana que não escurece, utilizando a tecnologia de edição genética CRISPR/Cas9, que elimina o gene responsável pelo escurecimento da polpa.
A fruta mantém-se amarela e cremosa por pelo menos 12 horas após ser descascada, oferecendo maior durabilidade e conveniência para os consumidores.
A nova banana, desenvolvida pela Tropic Biosciences, entrou na lista das Melhores Invenções de 2025 da revista TIME, na categoria alimentos e bebidas, e será lançada nos EUA e Canadá em 2026. Curiosamente, esta banana não é classificada como OGM segundo a maioria das definições, porque não incorpora DNA estranho; apenas teve parte do seu próprio código genético removido, algo que poderia ocorrer naturalmente.
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Atualmente, a grande maioria das bananas vendidas no mundo pertence à variedade Cavendish, que é geneticamente idêntica e representa mais de 90% do mercado global. Esta monocultura é extremamente vulnerável a doenças, especialmente à nova cepa do mal-do-Panamá, que ameaça toda a produção mundial.
Além de aumentar a durabilidade da fruta, a banana que não escurece reduz o desperdício alimentar, responsável por cerca de 25% das emissões da cadeia de produção da banana, e permite explorar novos mercados, como saladas de frutas e produtos pré-fatiados, até agora limitados pelo rápido escurecimento da fruta.
A inovação evita ainda problemas associados a outros alimentos geneticamente modificados, como a polinização cruzada, pois a Cavendish é estéril e propagada a partir de estacas, garantindo que os genes editados não se espalhem para outras plantações.
A Tropic Biosciences afirma que a banana mantém o mesmo sabor, textura e aroma da Cavendish tradicional, mas com a vantagem de permanecer fresca por mais tempo. Este avanço pode também abrir caminho para futuras bananas mais resilientes ao mal-do-Panamá, utilizando a edição genética de forma a proteger toda a indústria da banana, tal como conta a ZME Science.
A aceitação pelos consumidores será crucial. Historicamente, alimentos geneticamente modificados enfrentam resistência do público, mas produtos que oferecem benefícios visíveis e diretos, como conveniência e durabilidade, podem superar esta relutância.
A banana que não escurece representa não apenas um avanço tecnológico, mas também uma oportunidade de reduzir desperdício, salvar a Cavendish e transformar o mercado de frutas frescas a nível global.
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