Saúde

Falta de tempo para si pode aumentar risco de Alzheimer

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 6 horas atrás em 20-10-2025

Imagem: Pexels

Um estudo recente sugere que a falta de tempo, apelidada de “pobreza de tempo”, pode ser um fator de risco para a demência tão relevante quanto a dieta ou o exercício físico.

A investigação, publicada na revista The Lancet Healthy Longevity, analisou dados de estudos de epidemiologia, neurologia e uso do tempo. Os resultados indicam que indivíduos que não conseguem dedicar tempo suficiente ao autocuidado têm maior probabilidade de desenvolver demência em comparação com aqueles que dispõem de tempo para cuidar da sua saúde.

Segundo a coautora do estudo, Simone Reppermund, são necessárias pelo menos 10 horas por dia para atividades essenciais à saúde cerebral, incluindo sono, refeições, exercício físico e interação social.

PUBLICIDADE

O estudo baseia-se em fatores de risco identificados anteriormente pela Lancet Commission em 2024, como menor nível de escolaridade na infância, hipertensão, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo e interação social limitada. Os investigadores sublinham que um fio condutor que liga muitos destes riscos é precisamente o tempo disponível.

“Comportamentos saudáveis exigem recursos temporais: tempo para preparar refeições nutritivas, para exercitar o corpo e para manter relações sociais. Sem tempo suficiente, a eficácia das recomendações tradicionais de saúde pública pode ser limitada”, alerta a equipa de investigação.

A sobrecarga digital moderna foi identificada como um contributo adicional para esta “pobreza de tempo”. Os investigadores defendem reformas nas políticas laborais e de saúde, promovendo a chamada justiça temporal, que envolve medir e redistribuir o tempo de forma mais equitativa. Medidas sugeridas incluem investimentos em transportes públicos para reduzir os tempos de deslocação, horários de trabalho mais flexíveis, direito a desligar do trabalho e serviços de acolhimento infantil acessíveis.

O estudo destaca que cuidar do tempo disponível pode ser tão importante quanto cuidar da alimentação e da atividade física na prevenção da demência e na promoção da saúde cerebral.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE