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Einstein tinha razão? Cientistas acreditam que viajar no tempo é possível

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 5 horas atrás em 14-10-2025

Dois físicos da Universidade de Queensland, na Austrália, apresentaram recentemente um modelo teórico para estudar viagens no tempo hipotéticas, expandindo o conceito do espaço-tempo de Alcubierre, originalmente proposto pelo físico Miguel Alcubierre há mais de 30 anos.

Embora a viagem no tempo continue a ser altamente especulativa, os cientistas afirmam que explorar estes caminhos serve para expandir os limites da física e testar conceitos teóricos de forma rigorosa.

O modelo de Alcubierre é frequentemente citado como um caminho possível, ainda que hipotético, para viajar mais rápido do que a luz. Para contornar as limitações do nosso universo, onde a velocidade da luz não pode ser ultrapassada, a teoria propõe a criação de uma espécie de bolha que move o próprio espaço-tempo à frente e atrás de uma nave, permitindo-lhe “deslizar” sem violar a relatividade.

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No novo estudo, os cientistas utilizam também a ideia do matemático Kurt Gödel, que em 1949 propôs um espaço-tempo que permite curvas temporais fechadas (CTCs), onde eventos podem, teoricamente, influenciar o próprio passado. Alcubierre já tinha sugerido, em 1994, que a sua bolha poderia ser ajustada para incluir CTCs, indica a Popular Mechanics.

“Protocolos que permitem viagens superluminais podem ser usados para criar uma máquina do tempo com pequenas modificações”, escrevem os investigadores, sublinhando que se trata de ciência teórica, não de um projeto real.

No artigo publicado na revista APS Physical Review D, Tim C. Ralph e o doutorando Achintya Sajeendran propõem uma forma de estabilizar a medição de um espaço-tempo de Alcubierre, transformando as CTCs em geodésicas temporais fechadas (CTGs). Estas CTGs permitem estudar interações entre partículas e o seu próprio passado ou futuro, funcionando como um “laboratório” para testar teorias clássicas e quânticas de viagem no tempo.

Para ilustrar os desafios da viagem no tempo, os físicos recorrem ao chamado problema da bola de bilhar: numa curva temporal fechada, uma bola pode colidir com o seu próprio passado, criando resultados imprevisíveis. Estes exemplos, embora extremos, ajudam a refinar os modelos e a explorar limites da física teórica.

Ralph e Sajeendran concluem que, mesmo que a viabilidade física do modelo seja questionável, ele fornece uma base útil para estudos futuros sobre viagens no tempo em contextos relativísticos, abrindo portas para novas investigações no fascinante campo da física teórica.

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