Uma pessoa morreu e duas estão desaparecidas no estado norte-americano do Alasca, após a passagem da tempestade tropical Halong, que trouxe ventos com força de furacão, além de fortes marés e inundações que destruíram casas.
As autoridades do Alasca disseram na segunda-feira que pelo menos 51 pessoas e dois cães tiveram de ser resgatados nas aldeias de Kipnuk e Kwigillingok, alguns retiradas de telhados por helicóptero.
Uma mulher foi encontrada morta e duas pessoas continuam desaparecidas em Kwigillingok, disse a polícia.
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Um oficial da Guarda Costeira dos Estados Unidos, capitão Christopher Culpepper, descreveu a situação em Kipnuk e Kwigillingok como “devastação absoluta”.
Ambas as aldeias sofreram uma maré de tempestade significativa, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional.
De acordo com a organização sem fins lucrativos Coastal Villages Region Fund, a maioria dos residentes de ambas as comunidades abrigou-se em escolas locais.
Além das preocupações com a habitação, os residentes afetados pelo Halong em toda a região relataram falta de água canalizada, cortes de energia que levaram à destruição de alimentos armazenados em congeladores e danos em fogões de aquecimento doméstico.
Estes danos podem dificultar o inverno em comunidades remotas, onde as pessoas armazenam alimentos provenientes da caça e da pesca para sobreviver ao inverno.
As autoridades do Alasca alertaram para o longo caminho até à recuperação e para a necessidade de apoio contínuo às comunidades mais afetadas, com o inverno a aproximar-se.
Numa conferência de imprensa organizada pelo governador Mike Dunleavy, os dois senadores do Alasca, Lisa Murkowski e Dan Sullivan, disseram que continuariam a concentrar-se em fundos para reforçar a resiliência climática e infraestruturas do estado.
Sullivan disse que era função dos representantes do Alasca no parlamento dos Estados Unidos garantir que o Governo federal e os colegas deputados e senadores compreendessem a importância destes fundos.
No início do ano, a Agência Federal de Gestão de Emergências anunciou que iria encerrar um programa destinado a mitigar os riscos de catástrofes. A decisão está a ser contestada judicialmente.
Murkowski disse que os projetos de mitigação da erosão levam tempo a serem concluídos.
“Mas a nossa realidade é que estamos a ver estas tempestades a chegar (…) certamente com mais frequência, e a intensidade que estamos a ver parece estar a acumular-se também, por isso o momento de agir é agora, porque levará algum tempo para que sejam implementadas”, disse.
Cerca de 380 pessoas vivem em Kwigillingok, uma comunidade predominantemente nativa do Alasca, na costa oeste da Baía de Kuskokwim e perto da foz do rio Kuskokwim.
Um relatório preparado para a tribo local em 2022 pelo Instituto de Justiça do Alasca afirmou que a frequência e a gravidade das inundações na região de baixa altitude aumentaram nos últimos anos.
O documento listou a deslocalização da comunidade como uma necessidade urgente.
A erosão e o degelo representam ameaças às infraestruturas e, em alguns casos, a comunidades inteiras do Alasca, que está a sofrer os impactos das alterações climáticas.
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