As pessoas com doenças mentais graves correm maior risco de morrer entre 12 e 15 anos mais cedo do que a maioria da população, segundo uma investigação internacional divulgada na sexta-feira por um instituto de pesquisa biomédica espanhol.
“As pessoas com alguma perturbação mental têm um maior risco de mortalidade prematura e que, especificamente, nas pessoas que sofrem de perturbações mentais graves, como a esquizofrenia e a doença bipolar, o risco é ainda maior, com uma redução da esperança de vida entre os 12 e os 15 anos”, refere o comunicado do Instituto Maimónides de Investigación Biomédica de Córdoba (IMIBC).
O estudo demonstrou pela primeira vez no mundo, a taxa de perda da função pulmonar em fumantes com esquizofrenia e transtorno bipolar, após um acompanhamento de 3 a 5 anos, segundo a IMIBC.
PUBLICIDADE
Os resultados do estudo mostram que “o risco de mortalidade por qualquer causa respiratória é aproximadamente o dobro nas pessoas com doença mental grave em relação à população em geral, sendo ainda maior nas faixas etárias mais jovens”, noticiou a Europa Press.
Os pacientes com doenças mentais mostram uma perda acelerada da função pulmonar, especialmente entre os fumantes, segundo o estudo.
“A mortalidade excessiva é observada em todas as doenças respiratórias mais comuns, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), pneumonia, tuberculose, COVID-19 e outras infeções respiratórias, realçando a vulnerabilidade desta população a doenças potencialmente preveníveis”, segundo o artigo publicado pela Europa Press.
No estudo, os autores enfatizam a necessidade de “implementar estratégias direcionadas de saúde pública e de cuidados clínicos, como a promoção da cessação tabágica (processo de deixar de fumar), principalmente nos doentes com perturbações mentais”.
Os autores destacam também a vacinação para prevenir doenças respiratórias e sublinham a importância da inclusão de testes de função respiratória nas consultas de saúde mental e nas unidades de internamento psiquiátrico.
O estudo “demonstra que uma parte significativa da redução da esperança de vida entre as pessoas com doença mental é evitável”, indicou o investigador principal do estudo, David Laguna-Muñoz.
Durante a investigação, foram analisados 83 estudos realizados em todo o mundo, incluindo dados de quase cinco milhões de pessoas com esquizofrenia, doença bipolar ou depressão grave, em comparação com quase 800 milhões de indivíduos na população em geral.
PUBLICIDADE